sábado, 7 de janeiro de 2017

CPAD NEWS: Roraima diz que ministério negou em novembro envio da Força Nacional

07.01.2017
Do portal da CPAD NEWS, 06.01.17
Por G1

Governo divulgou nesta sexta (6) negativa de pedido feito ao Ministério. Nesta madrugada, 33 presos morreram na penitenciária

Governo divulgou nesta sexta (6) negativa de pedido feito ao Ministério. Nesta madrugada, 33 presos morreram na penitenciáriaDocumentos divulgados nesta sexta-feira (6) pelo governo de Roraima revelam que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou o envio de homens da Força Nacional à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde 33 presos foram brutalmente assassinados nesta madrugada.
Nos ofícios divulgados pelo secretário de Justiça e Cidadania, Uziel Castro, a governadora do estado Suely Campos (PP) solicitou com urgência o envio de reforço da Força Nacional tendo em vista o "grande clima de tensão" vivido pela população do estado devido a problemas no sistema prisional. O documento foi enviado ao ministério em novembro, cerca de um mês após dez presos terem sido mortos na unidade em um confronto de facções rivais.
"Não dá para dizer se teriam acontecido essas mortes se a Força Nacional estivesse aqui. Com certeza, teria sido mais difícil de acontecer essas mortes", declarou o secretário Uziel Castro, afirmando que as mortes foram uma "barbaridade" e que os mortos no presídio não eram de nenhuma facção.
Na resposta do Ministério da Justiça, Moraes alegou que "infelizmente" não poderia atender ao pedido porque a Força Nacional estava "em fase de preparação para enfrentamento de homicídios e violência doméstica cujo plano estava em desenvolvimento no Ministério". A assinatura de Moraes data do dia 26 de dezembro.
Questionado pelo G1, o Ministério da Justiça disse que de fato foi procurado pelo governo de Roraima em novembro e que irá se manifestar a respeito ainda nesta sexta (6).
Presos 'destroçados'
O secretário Uziel Castro disse que os corpos dos presos mortos na penitenciária foram "destroçados" e diversos decapitados.
Segundo ele, não houve rebelião e a matança seria de responsabilidade de presos do Primeiro Comando da Capital (PCC), que estavam concentrados no centro de detenção. As mortes ocorreram por volta das 2h30, segundo um funcionário do presídio.
Mais cedo, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse em entrevista coletiva que a matança em Boa Vista “não é aparentemente uma retaliação do PCC em relação à Família do Norte”, relembrando o massacre ocorrido no Amazonas nesta semana.
Ainda segundo o ministro, "nesse presídio houve a separação da facção, então todos eram da mesma facção, todos eram ligados ao PCC”. Posteriormente, entretanto, o governo de Roraima afirmou que os mortos não pertenciam a nenhuma facção criminosa - apenas os autores do massacre são integrantes do PCC.
Alexandre de Moraes também disse que informações preliminares davam conta de que três dos mortos eram condenados por estupro.
“E os demais eram rivais internos e, segundo informações iniciais, haviam traído os demais. Era um acerto interno, o que não retira em momento algum a gravidade”, disse ele.
O ministro chegou a anunciar que iria a Boa Vista, mas cancelou a viagem. O Ministério da Justiça disse ao G1 que o cancelamento da viagem se deu porque, na conversa com Temer, a governadora de Roraima afirmou que não havia necessidade de o ministro ir até o estado. Segundo o presidente Michel Temer, a situação está sob controle.
Alerta emitido pelo Amazonas
Na terça-feira (3), o Amazonas emitiu alerta para Roraima no intuito de avisar sobre possíveis confrontos entre presos nas unidades do estado. No domingo (1º), 56 presos foram mortos durante uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
Em outubro, 10 detentos já tinham sido mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo durante um confronto de duas facções rivais. Familiares foram feitos reféns. Alguns detentos foram queimados e outros decapitados. Na época, a polícia apontou 50 suspeitos.
O número de mortos colocou Roraima em 9º no ranking de mortes violentas em presídios, conforme levantamento do G1.
Após o confronto, presos de facções rivais foram separados em unidades e chefes de organizações foram transferidos para outras unidades prisionais. Alguns foram levados para um presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte.
Mais de 1,4 mil presos
A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo é a maior unidade prisional de Roraima e até outubro abrigava mais de 1,4 mil presos, o dobro da capacidade. O presídio é administrado pelo próprio estado e tem condições "péssimas", segundo uma inspeção do Conselho Nacional de Justiça de setembro de 2016.
Em dezembro, o governo anunciou a construção de um presídio de segurança máxima no estado para abrigar presos do regime fechado. Na ocasião, foi informado que as obras começariam em janeiro deste ano. Ao todo, o presídio deve custar R$ 31 milhões, mais da metade dos R$ 46 milhões liberados pelo Ministério da Justiça para reestruturar o sistema prisional de Roraima.

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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/giro-pelo-brasil/37686/roraima-diz-que-ministerio-negou-em-novembro-envio-da-forca-nacional.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

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