sábado, 11 de março de 2017

Pastor Robenildo Lins, uma história de fé. A cerca de bambu

07.03.2017

A cerca de bambu


 Outro referencial para mim e meus irmãos é o meu pai. Mesmo diante de todas as dificuldades que ele passou, ele sempre ensinou os filhos a fazer o que é certo e digno diante de Deus. Ele sempre teve uma preocupação com a formação do nosso caráter e ele instruiu todos os filhos a sempre fazer o que é correto e não seguir pelo caminho mais “fácil”. E lembro que, mesmo desempregado, ele arrumou um meio de sustento com a construção de cercas de bambu. 

A primeira ele fez para nossa própria casa na Rua 58, em Caetés III. Os vizinhos gostaram e encomendaram cerca a ele. Ele levava os filhos para a mata e tirava os bambus. Nós fizemos muitas cercas até que a safra do bambu acabou (risos). Depois ele vendeu a casa dele e comprou outra dentro do próprio bairro e era uma casa de taipa, na Rua Aracati, fora da vila, e a parede estava caindo e ele aprendeu a construir a parede e a partir daí, ele passou a fazer reforma em outras casas. De uma forma ou de outra, Deus estava sempre nos ajudando. 

Depois voltamos para Caetés III, na Rua 59, e havia um terreno que a igreja tinha comprado e estava com uma plantação de macaxeira e o Pastor Isaac Martins, com sua bondade que lhe era característica, autorizou que a gente tirasse a macaxeira e a gente passou um tempo se alimentando daquela macaxeira até que  igreja foi construída.Com meu pai  ainda desempregado, minha mãe começou a matar galinha para vender. Na época, o então presbítero Cavalcanti, que mais tarde se tornou pastor e já é falecido, vendia verduras e galinhas e minha mãe matava de 25 a 30 galinhas por dia e a esposa dele, a irmã Lindalva dava metade de uma galinha, uma palma de banana, um pacote de macarrão e um quilo de farinha. 

Até que houve um período que fechou tudo. E eu, recentemente, revivi em um sonho, vendo meu pai deitado na cama aos prantos, orando por nós e pedindo a Deus misericórdia e pedindo para livrá-lo daquela situação extrema que estava passando.  Ao acordar, chorando, tive que sair do quarto para minha esposa não me ver chorando por ter me lembrando dessa cena.

Entre a igreja e o mundo

O tempo passou e Deus começou a fazer promessas, a igreja de Caetés III foi construída e nós trabalhamos na construção da igreja. A gente morava bem de frente da igreja. Meu pai foi dirigente da Campanha Evangelizadora, passou um período lá e depois nós fomos para Paratibe, onde ele foi consagrado ao diaconato. Foi o período da minha vida em que com 18 anos eu comecei a trabalhar. 

O meu primeiro emprego foi na fábrica Tiletron, eu fabricava chapa de box de banheiro. E quando eu comecei a trabalhar afastei-me do Evangelho. Passei quatro anos fora da igreja. Nesse  período eu fiz tudo que uma pessoa que é crente nunca fez. Em pouco tempo eu queria fazer tudo, provar de tudo. 

Comprei uma moto, achava que era dono do mundo, comprei uma arma e me envolvi com todo tipo de gente. Sem nunca, porém, trilhar pelo caminho da criminalidade. Mas Deus nunca deixou eu me enveredar por este caminho e a minha formação cristã e doméstica me ajudou a voltar para os braços de Jesus.
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