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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Sete coisas para orar pelos seus filhos

21.11.2019
Do blog VOLTEMOS AO EVANGELHO, 00.11.19
Por Jon Bloom


Alguns anos atrás, um bom amigo compartilhou comigo 7 textos da Escritura que ele e sua esposa oravam por suas 2 filhas desde que eram bebês. As garotas agora são crescidas. E é lindo ver como Deus respondeu e ainda está respondendo às orações fiéis e específicas dos pais cheios de fé, nas vidas dessas jovens e piedosas mulheres.

Eu frequentemente tenho usado essas orações quando oro pelos meus próprios filhos. E eu as recomendo a você.

Mas, claro, as orações não são encantamentos mágicos. Não se trata apenas de dizer as coisas certas e nossos filhos serão abençoados com sucesso.

Alguns pais oram fervorosamente e seus filhos se tornam talentosos líderes, acadêmicos, músicos ou atletas. Outros oram fervorosamente e seus filhos desenvolvem uma séria deficiência ou doença, ou vagam por um deserto pródigo, ou simplesmente lutam mais do que outros socialmente ou academicamente ou atleticamente. E a verdade é, Deus está respondendo a todas as orações desses pais, mas com propósitos muito diferentes.

É por isso que textos como os de João 9.1-3 estão na Bíblia. Não devemos determinar muito rapidamente os propósitos de Deus, porque eles podem ser o oposto de nossas percepções. Deus mede sucesso de modo diferente do que nós fazemos, e é por isso que ele frequentemente responde nossas orações de maneiras que não esperamos.

Então, ore por seus filhos. Jesus nos promete que, se pedirmos, buscarmos e batermos, o Pai nos dará o bem em troca (Lucas 11.9-13), mesmo que o bem não seja evidente por quarenta anos. E porque Jesus regularmente perguntou àqueles que o procuravam: “O que você deseja que eu faça por você?” (Marcos 10.51), sabemos que ele quer que sejamos específicos com nossos pedidos.

Então, aqui estão sete coisas úteis e específicas para orar pelos seus filhos.


1. Que Jesus os chame e ninguém os impeça de virem.
Depois trouxeram crianças a Jesus, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos os repreendiam. Então disse Jesus: Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali. (Mateus 19.13-15)
2. Que eles respondam com ao persistente e fiel chamado de Jesus.
Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. (2 Pedro 3.9)
3. Que eles experimentem a santificação através da obra transformadora do Espírito Santo e desejem cada vez mais cumprir os grandes mandamentos.
Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus 22.37-39)
4. Que eles não se unam de modo desigual em relacionamentos íntimos, especialmente no casamento.
Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? (2 Coríntios 6.14)
5. Que seus pensamentos sejam puros.
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Filipenses 4.8)
6. Que seus corações sejam movidos para doar generosamente à obra do Senhor.
Os filhos de Israel trouxeram oferta voluntária ao Senhor, a saber, todo homem e mulher cujo coração os dispôs para trazerem uma oferta para toda a obra que o Senhor tinha ordenado se fizesse por intermédio de Moisés. (Êxodo 35.29)
7. Que quando for o momento certo, eles IRÃO!
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mateus 28.18-20)
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Fonte:https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/11/sete-coisas-para-orar-pelos-seus-filhos/?utm_campaign=Voltemos_ao_Evangelho__Daily_email_Modelo&utm_medium=email&utm_source=sendinblue

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Proteja sua família do uso errôneo da tecnologia

23.08.2017
Do BLOG BELVEREDE, 11.09.2014
Por Huffington Post*

Dez razões pelas quais dispositivos portáteis devem ser proibidos para crianças com idade inferior a 12 anos.

Ao contrário do que muitos pais imaginam, o contato com as tecnologias não deixam as crianças mais inteligentes. Pesquisas científicas comprovam que o excesso ou uso precoce pode até mesmo prejudicar sua capacidade de psicomotricidade e causar danos de aspecto físico, intelectual e emocional.

A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria atestam que bebês na idade entre 0 a 2 anos não devem ter qualquer exposição à tecnologia, crianças de 3 a 5 anos devem ter acesso restrito a uma hora por dia e crianças, de 6 a 8 anos devem ter acesso restrito a 2 horas por dia. Acontece que hoje as crianças e jovens usam a tecnologia em quantidade de 4 a 5 vezes maior do que a recomendada, o que está resultando em consequências graves e ameaças virais.

Segundo pesquisa da Common Sense Media, em 2013, os dispositivos portáteis, tais como celulares, tablets, jogos eletrônicos, etc, t~em aumentado dramaticamente o acesso e uso à tecnologia, especialmente por crianças muito novas. Terapeutas ocupacionais e pediátricos têm convidado os pais, os professores e os governos a proibir o uso de todos os dispositivos para crianças com idade inferior a 12 anos.

Você acha exagero? Veja a seguir 10 razões embasadas em pesquisas que provam que não:

1. Crescimento rápido do cérebro

Entre 0 e 2 anos, o cérebro da criança triplica de tamanho e continua em estado de rápido desenvolvimento até os 21 anos de idade. O desenvolvimento inicial do cérebro é determinado por estímulos ambientais ou pela falta dele. O estímulo a um desenvolvimento cerebral causado por exposição excessiva a tecnologia (celulares, internet, iPads, TV) foi mostrado afetar negativamente o funcionamento e causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, aprendizagem deficiente, aumento da impulsividade e diminuição da capacidade de auto-regular, causando por exemplo "birras", ataques de raiva, etc.

2. Atraso no desenvolvimento

O uso da tecnologia restringe o movimento, o que pode resultar em atrasos nas funções motoras. Uma em cada três crianças agora entra na escola com atraso de desenvolvimento, impactando negativamente a alfabetização e o desenvolvimento acadêmico. O movimento aumenta a atenção e a capacidade de aprendizagem. Com isso, o uso da tecnologia por crianças com idade inferior a 12 anos é prejudicial também nesse aspecto.

3. Epidemia de obesidade

O uso da TV e vídeo game está correlacionado com o aumento da obesidade. As crianças que possuem dispositivos eletrônicos em seus quartos têm 30% de aumento na incidência de obesidade. Em locais onde o uso de gedgets na infância é ainda maior, como no Canadá e Estados Unidos, um em cada quatro canadenses e uma em cada três crianças americanas são obesas. E algo muito preocupante é que 30% das crianças obesas irão desenvolver diabetes e os indivíduos têm maior risco de acidente vascular cerebral e ataque cardíaco precoce, encurtando gravemente a expectativa de vida, conforme indica dados da Center for Disease Control and Prevention 2010. Em entrevista à BBC News, o professor Andrew Prentice disse que com base na estatística, crianças do século 21 podem compor a primeira geração onde muitos não vão viver mais que seus pais, grande parte devido à obesidade. 

4. Privação do sono

Você sabia que 60% dos pais não supervisionam o uso de tecnologia de seus filhos e 75% das crianças estão autorizadas a terem tecnologia em seus quartos? Dentre essas 75% com idade 9 e 10 anos são privadas de sono e como consequência, suas notas na escola estão negativamente impactadas?

5. Doença mental

Algo ainda mais grave é que o uso excessivo de tecnologia está implicado como a principal causa de taxas crescentes de depressão infantil, ansiedade, transtorno de apego, déficit de atenção, autismo, transtorno bipolar, psicose e comportamento infantil problemático, mostram estudos de diferentes centros de pesquisa. Uma em cada seis crianças canadenses tem uma doença mental diagnosticada; muitas delas estão em uso de medicação psicotrópica perigosa.

6. Agressão

Há muito já discutido no Brasil, conteúdo de mídia violento pode causar agressividade infantil. As crianças estão cada vez mais expostas à crescente incidência de violência física e sexual na mídia hoje. Muitos jogos de vídeo game retratam sexo, assassinato, estupro, tortura, assim como fazem muitos filmes e propagandas de TV, com a diferença que os games incentivam os jogadores a cometerem os crimes. Os EUA classificaram a violência na mídia como um risco à saúde pública devido ao impacto causal sobre a agressão infantil.

7. Demência digital

Conteúdo de mídia de alta velocidade pode contribuir para o déficit de atenção, bem como a diminuição de concentração e da memória, devido ao cérebro eliminar trilhas neuronais no córtex frontal. Logo, crianças que não conseguem prestar atenção não conseguem aprender.

8. Vícios

Como os pais foram cada vez mais presos à tecnologia e ao superativismo, eles estão cada vez mais se afastando de seus filhos. Na ausência de apego dos pais, as crianças tendem a se conectar a dispositivos, buscar interações nas redes sociais, oque pode resultar em dependência. Segundo dados de 2009, uma em cada 11 crianças com idades entre 8 e 18 anos são viciadas em alguma tecnologia.

9. Emissão de radiação

Em maio de 2011, a Organização Mundial da Saúde classificou os telefones celulares (e outros dispositivos sem fio) como um risco categoria 2B (possível cancerígeno), devido à emissão de radiação. James McNames com a Health Canada, em outubro de 2011, emitiu um aviso de advertência dizendo: "As crianças são mais sensíveis do que os adultos a uma variedade de agentes - como seus cérebros e sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento - então você não pode dizer que o risco seria igual para um jovem adulto quanto é para uma criança". (Globe and Mail de 2011).

Mais recentemente, em dezembro de 2013 o Dr. Anthony Miller, da Universidade da Escola de Saúde Pública de Toronto, no Canadá, recomendou que, com base em novas pesquisas, a exposição à radiofrequência deve ser classificada como 2A (provável concerígeno) que é visto de forma mais amena.

10. Insustentável

As maneiras pelas quais as crianças são criadas e educadas com a tecnologia já não são sustentáveis. As crianças são o nosso futuro, mas como será o futuro para pessoas desde a infância com overdose de tecnologia? Expostas a tantas consequências físicas, emocionais e psicológicas? Cuidar disso é urgente! É preciso que os pais e responsáveis se mobilizem a começar cem seus lares, imponham limites, regras de uso, a fim de reduzir o uso de tecnologia por crianças.

Que tal dar uma chance para os livros, brinquedos do armário, para os amigos e, por que não, para o papel em branco? Aposto que vão sair histórias muito mais cheias de finais felizes.

*Huffington Post via Mensageiro da Paz (edição setembro de 2014).

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Fonte:https://belverede-cosmovisao.blogspot.com.br/2014/09/proteja-sua-familia-do-uso-erroneo-da.html

sábado, 4 de fevereiro de 2017

ESCOLA DOMINICAL: A importância das Lições Bíblicas

04.02.2017
Do portal da CPAD NEWS, 06.05.2010
ENSINADOR CRISTÃO
Por César Moisés Carvalho*

A importância das Lições Bíblicas na coesão doutrinária nas Assembleias de Deus no Brasil

A importância das Lições Bíblicas

No início da expansão da Igreja, o evangelista e historiador Lucas escreve que os membros perseveravam na “doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Cientes de que o Canon do Novo Testamento ainda não existia, presume-se que era preciso que houvesse critérios rigorosos na escolha dos responsáveis pelo ensino do grupo que se delineava e crescia aceleradamente. Na contemporaneidade o cuidado não pode ser menor, conquanto o crescimento e a expansão sejam fatores positivos, não há como deixar de reconhecer que ambos trazem efeitos que interferem no aspecto qualitativo.

Com uma tradição de quase noventa anos, a revista Lições Bíblicas da CPAD é a principal responsável pela coesão doutrinária de nossa igreja no Brasil. De Norte a Sul e de Leste a Oeste, verifica-se que, salvo as questões de usos e costumes e pouquíssimas diferenças litúrgicas, as Assembleias de Deus são doutrinariamente coesas. Isso se deve ao cuidado de nossa liderança que, desde o suplemento denominado Estudos Dominicaes, escritos pelo missionário Samuel Nyström e publicados no primeiro jornal da denominação – Boa Semente – que circulou em Belém, Pará, no início da década de 20, passando pelo lançamento oficial da revista Lições Bíblicas, o qual se deu em 1930, na cidade do Rio de Janeiro, até os dias de hoje com o atual currículo, repito, devemos nossa coesão doutrinária às revistas e ao trabalho voluntário de milhões de professores que, a cada domingo, ministram o mesmo conteúdo bíblico em nossas igrejas em todo o território nacional.

Mesmo cientes da diversidade que existe em um país de proporções continentais como o nosso, é fato que, assim como na educação laica, não há como fugir do “livro didático”, pois os educadores precisam de um norte para os seus educandos. Evidentemente que a escolha do material padrão a ser usado nas escolas é, em tese, realizada com base em critérios rigorosos e muito claros, os quais devem atender as necessidades básicas ou mínimas dos alunos. De igual forma, as Lições Bíblicas do currículo da CPAD são elaboradas e produzidas tendo em vista este mesmo princípio. Tanto que, nas duas últimas renovações curriculares e no primeiro encontro de superintendentes de Escola Dominical, ocorrido em 1996, no Hotel Glória, Rio de Janeiro, a Editora ouviu a opinião e anseios dos líderes quanto às reivindicações e mudanças esperadas do material da Casa. Esta democratização do ensino só é possível quando a editora pertence à própria denominação e tem lastros de relacionamento que a torna orientada pela liderança desta mesma igreja.

Mesmo com esta visão existe outro problema, e este de ordem técnica: Como atender satisfatoriamente a um país marcado por tantas diferenças culturais? Somente uma mesma igreja que possui sua própria editora é quem pode se habilitar a cumprir tal proposta. À parte da questão teológica ou doutrinariamente ortodoxa, é preciso pensar nos cuidados pedagógicos, didáticos e filosóficos que fundamentam a elaboração de um currículo. A intenção educacional por trás desses pressupostos é imprescindível e crucial para se vislumbrar que “tipo” de cristão se quer formar. O currículo não pode ser um amontoado de textos desconexos ou simplesmente um “conjunto de revistas”. É preciso entender de desenvolvimento humano em suas diferentes etapas ou faixas etárias para se elaborar um currículo pedagogicamente praticável. E é partindo desse pensamento que a CPAD possui uma equipe de Educação Cristã habilitada e com competência técnica para pensar com seriedade, temor e profissionalismo a esse respeito. 

São esses princípios que norteiam a prática pedagógica da CPAD: teologia sólida, ortodoxa, bíblica e apologética aliada a uma produção curricular baseada na psicologia do desenvolvimento do ser humano, ocorrido ao longo da vida e em suas distintas faixas etárias, não unicamente nas esferas cognitiva, física, social e moral, mas também e, principalmente, na espiritual. A Casa Publicadora das Assembleias de Deus entende que a saúde espiritual de uma igreja depende de um ensino correto das Escrituras Sagradas, e o próprio apóstolo Pedro reconheceu isso ao dizer ao Senhor Jesus Cristo que não o deixaria, pois somente o Filho de Deus tem as “palavras da vida eterna” (Jo 6.68). 

E quando se fala em ensinar verdades eternas ou doutrinárias, as quais definem a maneira como a pessoa vai se comportar em relação a Deus é preciso que a igreja tenha clara noção do que pretende: Crescimento integral de sua membresia através do ensino da Palavra de Deus, tendo uma revista com conteúdo bíblico-teológico confiável, ou lições sem encadeamento progressivo de seu currículo, sem identidade confessional e adaptável a qualquer grupo religioso? A CPAD, por exemplo, conta com a experiente consultoria doutrinária e teológica do pastor Antonio Gilberto, e tem em seu quadro de comentaristas, pessoas de reconhecida credibilidade ministerial em todo o país, além de serem homens piedosos e comprometidos com a ortodoxia.

Toda esta tradição das Lições Bíblicas da CPAD deve-se ao Senhor Deus que colocou no coração de nossos pioneiros o cuidado com o ensino das Escrituras Sagradas, e eles, assim como o apóstolo Paulo, não foram desobedientes à visão celestial (At 26.19). Como a história — assim acredito — é feita por Deus e os seres humanos, houve uma longa trajetória para que chegássemos ao estágio que estamos desfrutando. E esse legado precisa ser conhecido pelas novas gerações.


A importância das Lições Bíblicas da CPAD 

Responsável pela coesão doutrinária nas ADs, a revista Lições Bíblicas vem sendo objeto de estudo de inúmeros acadêmicos das mais distintas faculdades (história, pedagogia, psicologia, sociologia, filosofia, sem falar em teologia e nos cursos lato ou stricto sensu), crentes ou não, que acorrem à CPAD a fim de conhecerem in loco o seu acervo de Educação Cristã. Todo esse interesse tem uma explicação: entender como uma massa de cerca 8 milhões de fiéis é tão coesa.

Um pequeno vislumbre histórico demonstra desde a criação dos primeiros periódicos da denominação, os quais tratavam de temas como batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e escatologia, que o principal intento da imprensa pentecostal “não é propriamente a notícia, e sim a divulgação doutrinária”.  É reconhecido pelo mesmo catedrático, Gary B. McGee, que, além do jornal Voz da Verdade, e dos jornais Boa Semente (1919) e Som Alegre (1929), os quais na primeira Assembléia Geral Ordinária da CGADB em 1930, realizada na cidade de Natal (RN), se “uniram” e assim deram origem ao Mensageiro da Paz, existe ainda um elemento fundamental na divulgação das doutrinas pentecostais: 

“Outro fator de progresso do ensino teológico no meio pentecostal brasileiro foram as escolas bíblicas dominicais. Realizadas com o apoio de literatura fornecida pela CPAD, constitui-se no principal instrumento de divulgação entre os crentes das doutrinas que caracterizam o movimento, ensejando-lhes a oportunidade de apregoar com segurança a sua fé”.    

Como já foi dito, no início era apenas um suplemento publicado no segundo jornal da denominação — Boa Semente —, intitulado de “Estudos Dominicaes”, mas pouco tempo depois um anúncio nesse mesmo periódico dá conta da existência de revistas propriamente ditas: “Está em andamento a Revista de Escola Dominical que havemos de publicar para auxílio dos estudos dominicaes. O preço será o mais razoável possível”.  O anúncio consta do ano de 1923 no periódico, quando a denominação tinha apenas 12 anos de fundação. Em 1935 (cinco anos após o lançamento das Lições Bíblicas), um aviso do missionário Nils Kastberg no Mensageiro da Paz, evidencia a importância das revistas: “Embora tenhamos aumentado, consideravelmente, a tiragem das ‘Lições Bíblicas’; lamentamos já terem acabado todos os exemplares [...]. Isso, entretanto, nos mostra o progresso glorioso das ‘Assembléias de Deus’”.  

Conhecendo todo esse esforço inicial, a conclusão a que chegou Gary McGee, serve como uma resposta aos que erroneamente acreditam que o pentecostalismo é antagonista à reflexão teológica: “Como se vê, os pentecostais brasileiros, ainda que empiricamente, sempre se preocuparam com o ensino teológico”.  Se apenas ou tão somente os anos de sua existência fossem levados em consideração, já não haveria dúvidas quanto à importância das Lições Bíblicas, mas existe uma questão que precisa ser discutida: Como se deu o desenvolvimento curricular? Como as Assembleias de Deus no Brasil, através da CPAD, desenvolveu o melhor currículo de Escola Dominical?


A evolução curricular da Escola Dominical nas ADs

Em toda a sua trajetória, as revistas de Escola Dominical e, posteriormente, o então Departamento de Escola Dominical, mais tarde Divisão de Educação Cristã e, finalmente Setor de Educação Cristã, contou com os seguintes responsáveis, por ordem cronológica: Samuel Niström, Nils Kastberg, Emílio Conde e José Pimentel de Carvalho (este último, anos depois, foi também diretor do já criado Departamento de Escola Dominical) , Geziel Gomes e Antonio Gilberto (denominados coordenadores, sendo que o último foi criador e, posteriormente, diretor do Departamento de Escola Dominical), Adilson Faria, Raimundo de Oliveira, Antonio Mardônio Nogueira, Gilmar Vieira Chaves, Claudionor de Andrade, Isael de Araujo e Marcos Tuler.

Todos esses nomes contribuíram para que a CPAD possuísse o currículo completo que temos atualmente, mas vale dizer que a intensificação de todo esse processo teve dois grandes momentos: o primeiro, com o pastor Antonio Gilberto, a partir de 1974 com a criação do Caped e do Departamento de Escola Dominical da Casa; e o segundo, com o atual diretor executivo, Ronaldo Rodrigues de Souza que, desde sua posse em 4 de março de 1993, vem consolidando o projeto inicial dos nossos pioneiros e cristalizando a ideia de a CPAD possuir um currículo abrangente (o idealizado pelo pastor Antonio Gilberto em 1980, com seis faixas etárias, só veio se consolidar em 1994, já na administração da atual diretoria), através de grandes projetos como, por exemplo, a campanha Biênio da Escola Dominical 96/97, e o lançamento  em 31 de outubro de 2006 (com vigência para o primeiro trimestre de 2007), do currículo atual que é, sem dúvida, o mais completo (vai desde o berçário até a vida adulta, ou seja, nove faixas etárias, mais duas revistas para grupos específicos sendo as do discipulado e a de não-crentes). 

Até a presente data foram realizados 90 Capeds, 19 Conferências de Escola Dominical e 5 Congressos Nacionais de Escola Dominical (o sexto está marcado para novembro deste ano). Ninguém fez tanto pela Educação Cristã nas ADs como a CPAD, a editora oficial da denominação. Tudo isso, evidentemente, contando com a boa mão do Senhor sobre a editora, somando-se aos esforços de milhares de servos de Deus que, voluntariamente, se doam ao ensino da Bíblia Sagrada todos os domingos utilizando as revistas do currículo da Casa.

Todos os que temos o privilégio de hoje desfrutar dos efeitos salutares de um programa de educação cristã planejado, é importante lembrar que não foi sem dificuldades que o pastor Antonio Gilberto deu início a essa nova fase na ED nas Assembleias de Deus, passando da publicação de uma revista (e outras duas infantis) para o lançamento de um currículo que contemplasse o ser humano em suas diversas etapas da vida. É possível seguramente afirmar que, desde os primórdios da denominação houve uma preocupação com o aspecto doutrinário, mas não havia uma visão pedagógica, do ponto de vista técnico e científico, de como levar a efeito o aprendizado das doutrinas bíblico-pentecostais desde a mais tenra infância. A educação tinha um caráter muito empírico e informal, sendo imaginada apenas em termos “andragógicos”. 

Em março de 1983, na coluna “Escola Dominical” do Mensageiro da Paz, falando sobre o “Novo plano de revistas da Escola Dominical”, escreve o pastor Antonio Gilberto:  “Muitos pastores, professores e alunos da Escola Dominical têm nos informado sobre as dificuldades insuperáveis de ensinar assuntos sumamente difíceis, impróprios e até inconvenientes para os pequeninos, isso pelo fato de até agora o texto bíblico das revistas ter sido único para todas as idades. Sabemos que isso era feito assim, porque não havia outra solução, hoje tendo a Assembléia de Deus mais de 70 anos de trabalho, e com milhões de fiéis, precisamos urgente ter uma série completa de revista da Escola Dominical, cada uma com seu currículo para cada idade.

É o currículo que se adapta ao aluno, e não o aluno ao currículo. As leis da aprendizagem não são invenção humana; são leis e princípios imanentes ao ser humano. Um simples grupo de lições em seqüência continuada, sem relacionamento entre si; e sem levar em conta os agrupamentos de idade, não pode ser chamado de currículo.

Leitura bíblica em classe e texto áureo diferente para cada revista não constituirão dificuldade alguma, havendo o devido cuidado e orientação por parte dos dirigentes e professores da Escola Dominical. Não se trata de mudar doutrina, mas um costume, na área do ensino, mas... mudar para melhor! O real benefício do texto áureo não está no fato de recitá-lo em conjunto na Escola Dominical reunida, mas no ensino bíblico nele contido e assimilado pelo aluno, e isso deve ser feito de acordo com a faixa de idade. Podemos nos esforçar muito e ensinar pouco ou nada, se não soubermos ensinar. Numa casa de família o alimento é preparado de acordo com a idade. Julgamos ser isso diferente na Casa de Deus?

Se esses fatores condicionantes do aprendizado, não forem levados em consideração no ensino, o aproveitamento escolar será praticamente nulo, pois as leis do ensino e da aprendizagem são universais e imutáveis, quer se trate do campo de ação secular ou religioso”.  

Como pôde ser visto, obedecer à visão divina para a Educação Cristã nas Assembleias de Deus no Brasil significou inúmeros esforços de muitas pessoas que se dispuseram a tal empreendimento. É disso que este texto ligeiramente tratou, sendo apenas um contato dos leitores com o assunto que brevemente receberá um merecido tratamento, pois será lançado um livro contando a história da evolução curricular da ED nas ADs. Uma saga muito linda que terá o devido registro, pois moldou a face do maior fenômeno pentecostal do mundo: as Assembleias de Deus no Brasil.

*César Moisés Carvalho é pastor, pedagogo, professor universitário e chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD.

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Fonte:http://cpadnews.com.br/ensinador-cristao/780/a-importancia-das-licoes-biblicas.html