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domingo, 15 de janeiro de 2017

Intolerância religiosa e ateísmo

16.01.2017
Do portal GOSPEL PRIME
Por Leandro Bueno*

Intolerância religiosa e ateísmo
Deus não é a mesma coisa do que igreja e seus líderes

Porém, a meu ver, hoje em dia, a maior intolerância que eu vejo é a perpetrada pelo movimento ateu contra as 3 religiões abraâmicas, e em especial ao Cristianismo e ao Islamismo. Para se chegar a essa conclusão, basta ir às redes sociais e ver como há inúmeras páginas de ateísmo, ridicularizando, xingando e zombando da fé alheia, apesar de eu reconhecer que, sendo maduros, há ateus que não adotam um comportamento como este.

Mas, o interessante é ver que este movimento nasceu no vácuo deixado pelo ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, quando abriu-se um mercado editorial para lançamentos de livros atacando religiões, vistas estas por uma parte da elite global como entraves à difusão de uma agenda contrária aos credos tradicionais. O mais irônico disso tudo para mim foi que o movimento ateu ajudou-me a ter mais fé em Deus e ser um cristão mais maduro pelo menos em 2 aspectos, que passo a descrever.

Deus não é a mesma coisa do que igreja e seus líderes

Uma das tendências infelizmente de muitos religiosos é confundir no mesmo pacote quem é Deus e quem são as religiões e seus líderes. Religiões são meras instituições humanas, onde pessoas boas e más se reúnem com o intuito de adorarem a Deus. Ou seja, religiões são meios, nunca fim em si mesmas.

Em várias das publicações ateias, uma das formas que mais utilizam para tentarem minar a fé das pessoas é mostrando os crimes e abusos praticados principalmente pelos líderes religiosos e a fome de muitos destes com o dinheiro a ponto de incorrerem em crimes e hipocrisia.

Ocorre que Deus nada tem a ver com isso. Não é porque alguém usa o nome de Deus para praticar crimes, promover guerras e buscar atender sua volúpia que Deus está naquilo. A começar, porque um dos mandamentos mais conhecidos da Bíblia é exatamente aquele que fala que não devemos tomar o nome de Deus em vão (Êxodo 20:7).
Ironicamente, o movimento ateu foi excelente neste ponto para mim, no sentido de que reforçou ainda mais a convicção que eu já tinha de separar bem Deus dos religiosos. Infelizmente, tenho visto, ao decorrer da vida, gente perdendo a fé, se afastando da igreja, pois não consegue emocionalmente separar Deus da instituição. É como se colocassem tudo no mesmo “kit” e isso é um erro crasso.

A Bíblia é para ser refletida e pensada e não lida de qualquer forma

Quando vejo sites ateus e escritos ateus, percebo claramente que eles buscam dinamitar a Bíblia, invocando o que alegam ser contradições, fazendo uma interpretação extremamente literalista do texto, do tipo que se a coisa não ocorreu literalmente como escrito, mostra que a Bíblia é falha e, portanto, por tabela, Deus não existe.

Ora, em primeiro lugar, Deus não se resume a um livro, ainda que ali esteja a revelação dEle para com o homem, devendo nós lermos o texto sempre tendo como chave exegética a figura de Jesus, coisa que 99% dos ateus que atacam a Bíblia não fazem, se apegando aos fatos ocorridos no tempo de barbárie do Antigo Testamento com suas guerras para desacreditar um Deus de amor.

Ocorre que a Bíblia também não é um tratado de ciência, como parece quererem alguns ateus militantes, sendo que seus livros não podem ser todos lidos da mesma maneira. Os cristãos acreditam que ela é a palavra de Deus, mas também reconhecem que ela apresenta um aspecto humano, refletido no estilo dos escritores (pois Deus não anulou seus caracteres e personalidades) e no gênero (categoria literária) que eles utilizaram.

Assim, encontramos história, poesia, sabedoria, parábolas, profecias e cartas – como em qualquer biblioteca.

Desta forma, como muito bem colocado pelo estudioso Mike Beaumont, em seu livro “Enciclopédia Bíblica Ilustrada”, da mesma forma que não lemos um livro de poesia como se fosse de história, também não devemos fazer isso quando lemos a Bíblia. Se assim fizermos, acabaremos vendo no texto o que nunca se intencionou transmitir.

Tecidas essas breves linhas, peço a Deus que Ele esteja renovando nossa fé cada dia mais, pois os tempos são difíceis e a todo tempo inúmeras pessoas e fatos buscam miná-la. Mas, antes de tudo, temos que entender que fé é, antes de tudo, algo relacional, e não algo a se provar cartesianamente do tipo 2+2. Fé é você saber o que Deus já fez, faz e fará na sua vida. Amém.

*Leandro Bueno,  Procurador da Fazenda/Professor, presbiteriano.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/intolerancia-religiosa-e-ateismo/

sábado, 7 de janeiro de 2017

CRESCIMENTO ESPIRITUAL: O cristão e a obediência

07.01.2017
Do portal GOSPEL PRIME, 18.12.16
Por Leandro Bueno

Isso é importante ter em mente, sob pena da obediência a Deus virar um mero legalismo vazio  

O cristão e a obediênciaHoje à noite, eu estava lendo a notícia de que o Superior Tribunal de Justiça, por meio de uma de suas turmas, deixou de considerar o desacato a funcionário público como crime. Desacatar alguém significa ofender, menosprezar, humilhar, desrespeitar, menoscabar.

Pensando sobre isso, fiz uma ligação direta com o momento atual que o mundo vive e a ideologia que o domina, totalmente afastada dos preceitos cristãos. É uma ideologia que vê a obediência e o respeito aos demais como coisas desnecessárias, limitador das pessoas.
Ou seja, algo que vai contra o hedonismo, a busca desenfreada por um prazer muitas vezes indizível e vazio. Portanto, as barreiras que se sobreponham a essa angustiada procura devem ser minadas, derrubadas.
Por outro lado, a lógica bíblica é de que se vemos a Deus como nosso Pai e acreditamos, de fato, que Ele tem o melhor para nós, devemos obedecer aquilo que Deus tem para nós. É o que se extrai de Romanos 8:28 quando diz que tudo cooperar para o bem daqueles que amam a Deus.
Ocorre que eu penso que a obediência a Deus, ela deve se dar pela aquisição de uma consciência madura de que o caminho do Senhor é algo essencial na nossa vida, e não ver essa obediência como uma mera imposição vinda de cima para baixa, uma espécie de apanhados de coisas que são certas e erradas.
Isso é importante ter em mente, sob pena da obediência a Deus virar um mero legalismo vazio e que tira a alegria de viver da pessoa, quando não vira um farisaísmo do tipo que se passa mais tempo querendo “enquadrar” o outro, ainda que ele tenha uma visão de mundo diferente, do que em amá-lo.
Na minha caminhada na igreja, uma das coisas que eu já vi mais ocorrer são pessoas que ficavam obcecadas em seguir regras impostas por líderes abusivos, e que nada tinham a ver com o verdadeiro Evangelho, pois muita gente confunde a instituição igreja com o que é de fato as boas-novas de Jesus, colocando tudo em um mesmo saco.
Um exemplo, sem querer generalizar ou fulanizar, é de uma igreja aqui em minha cidade, que se vale do sistema de células, o qual o líder praticamente controla tudo na a vida de todos os demais, que devem prestar contas com quem andam, com quem se relacionam, o que devem falar, etc. Uma espécie de “sharia” cristã. Aí, eu pergunto: Onde está a liberdade em Cristo ou isso é só uma balela de boca para fora?
É quando a fé se deixa manipular, fazendo pessoas virarem presas fáceis de toda sorte de abuso, estando machucados emocionalmente. Há, inclusive, um excelente livro acerca do tema chamado Feridos em Nome de Deus, da Editora Mundo Cristão, escrito pela jornalista cristã Marília de Camargo César.
Concluindo este texto, me fez lembrar de um senhor japonês amigo de minha esposa que me contava dias desses como na língua japonesa temos formas diferentes para se referir às crianças, adultos e idosos, como sinal de obediência e respeito. Ou seja, é algo internalizado de um povo em que o respeito pelas tradições e aos mais velhos e à tradição têm peso.
Infelizmente, no nosso mundo ocidentalizado atual, tradição é visto como velharia e para muitos descrentes a Bíblia seria apenas um livro de gente ignorante e analfabeta da época do bronze.
Nada mais longe da verdade, quando se tem a visão de que as verdades de Deus são eternas e imutáveis, queira o homem, na sua ignorância, admitir ou não, e a tradição um conjunto de coisas testadas ao longo dos tempos, com acertos e erros, que moldaram a própria unidade formadora de um povo.
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Fonte:https://artigos.gospelprime.com.br/o-cristao-e-obediencia/