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quarta-feira, 27 de junho de 2018

A jornalista do DIARIO DE PERNAMBUCO, Tânia Passos Araujo, que é também missionária, entrevistou as missionárias africanas Graça Irakoze e Odete Nduwayezu durante a COMADEPLAN 2018

27.06.2018
Postado por Ev Irineu Messias, atualizada às 14:36h
Entrevista de Tânia Passos Araujo*

As missionárias  Graça Irakoze e Odete Nduwayezu foram entrevistadas durante a 33ª Assembleia Geral Ordinária da COMADEPLAN, em Brasília/DF

A missionária Tânia Passos Araújo, que é também jornalista do conceituado e mais antigo jornal da América Latina, DIARIO DE PERNAMBUCO, entrevistou as missionárias  africanas Graça Irakoze e Odete Nduwayezu, oriundas do Burundi, durante a 33ª Assembleia Geral Ordinária da COMADEPLAN,realizada de 15 a 17 de junho, em Brasília/DF.


Missionária  Tânia Passos Araujo, ladeada pelas missionárias
africanas durante a COMADEPLAN 2108
A reportagem foi publicada na edição do dia 23 e 24 de junho, no caderno de Religião do DIÁRIO DE PERNAMBUCO.

Pr Rinaldo Alves dos Santos
"Em Burundi há dois missionários nativos, que são muitos perseguidos, o pastor de lá foi açoitado e sequestrado, mas ele permanecem na obra porque sabem que é obra de Deus e ele tem a missão de resgatar almas que estão perdidas", salientou o pastor Rinaldo Alves dos Santos, presidente da COMADEPLAN, citado também na mesma reportagem.

Pastor José Lins Ramos, presidente da Assembleia de Deus em Pernambuco, ouvido pelo Diário também, comentou sobre a importância da obra missionária, destacando  a vida e o sacrifício do apóstolo Paulo: "...Parte das cartas do apóstolo Paulo foi escrita da prisão, onde ele ficou até ser degolado. Ele sabia que iria morrer e permaneceu fiel até o fim.

Pastor José Lins Ramos, presidente da Assembleia de Deus Ebenézer,  também falou à reportagem do DIARIO DE PERNAMBUCO
Leia abaixo a íntegra matéria e em seguida veja o fac-símile da mesma:

Uma missão de fé
O trabalho de evangelização é mais difícil nos países onde não há liberdade religiosa
Por Tânia Passos
As missionárias Graça Irakoze, 34 anos, e Odete Nduwayezu, 35 anos, são sobreviventes. Elas nasceram em Burundi, um dos países do continente africano, que faz fronteira com Ruanda e viveu sob guerra civil de 1996 a 2006 com um saldo de mais de 300 mil mortos. Lá existem dois grupos étnicos: os hutus, que representam 85% da população (cerca de 10,5 milhões de habitantes) e os tutsi, que são apenas 14% da população e estão no comando do país. Graça e Odete fazem parte dos hutus, a maioria marginalizada. Em Burundi, 75% da população é católica e segundo elas, o islamismo vem ganhando força. A vida delas ficou ainda mais difícil quando decidiram fazer parte da igreja evangélica. Lá o destino religioso está diretamente ligado às tribos a qual pertence cada família.
Foi no Congresso da 33 ª Assembleia Geral Ordinária da Convenção dos Ministros do Planalto Central (Comadeplan), em Brasília, órgão ligado à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), nos dias 15 e 16 de junho, que encontramos as missionárias Graça e Odete. Além da forma típica de se vestir com turbantes e roupas coloridas, o entusiasmo pelos ensinamentos do evangelho chamaram atenção.
Agarrada com a Bíblia colada ao peito, Odete chorava e agradecia pela oportunidade de exercer a fé sem medo de ser perseguida ou agredida. Há quatro anos ela veio para o Brasil com visto de estudante e está concluindo um curso de auxiliar de enfermagem e já tem data para retornar ao seu país no mês de setembro, mas ainda falta o dinheiro da passagem. “Meu sonho é conseguir um visto permanente para não precisar voltar, mas não é fácil. Teria que viajar para Burundi e de lá para o Quênia e tudo é custo e mesmo assim não é certeza conseguir”, revelou.
Voltar para Burundi é por vezes relembrar o sofrimento que passou. Por ter escolhido uma religião diferente da família ela apanhou até quase desfalecer. “O meu tio me bateu com um cipó nas costas e na minha cabeça. Até hoje sofro as consequências e por isso resolvi sair de casa”, relembra.
Foi nesse momento que os destinos de Graça e Odete se cruzaram. O pastor da igreja local levou Odete para casa da mãe de Graça, que já era evangélica. “Nós vivíamos bem quando o meu pai era vivo. Mas ele foi brutalmente assassinado, teve a cabeça degolada e o corpo cortado em pedaços e todos os bens da família foram saqueados. Minha mãe só não ficou louca porque Jesus a salvou”. Com 12 filhos para criar sozinha, ela ainda adotou mais três, entre eles Odete. “Todos os filhos da milha mãe, inclusive os adotados, conseguiram estudar e se formar e ela recuperou parte dos bens do meu pai que haviam sido saqueados”, contou a missionária Graça.
Há oito anos a missionária Graça veio para o Brasil e conseguiu visto permanente. Ela conta que não queria sair do seu país e de perto da sua família, mas atendeu a um chamado de Deus e largou o emprego e veio sem saber falar nada em português. Em Burundi, os idiomas falados são  inglês e francês, além dos dialetos locais.“Na embaixada da Tanzânia pedi visto e eles perguntaram se era de turista ou a trabalho e Deus fez eles me darem um visto permanente. Quando cheguei peguei um táxi sem saber a língua daqui e o carro parou num posto de combustível e lá Deus colocou um casal, que falava inglês e me ajudou. Deus preparou tudo e na igreja que fiquei o pastor pagou meu aluguel. Foi assim que comecei a minha jornada aqui no Brasil há oito anos”, contou.
Depois de se estabelecer ela conseguiu trazer a irmã adotiva Odete, que se prepara para fazer a viagem de volta. Antes de partir, Odete espera conseguir ajuda dos brasileiros para os irmãos que estão em Burundi. “Não queria ir de mãos vazias. Os irmãos de lá vão pedir ajuda porque estou voltando do Brasil, mas só tenho o conhecimento para passar. Estou também aprendendo a costurar para ensinar a eles”.
Segundo a missionária Graça no seu país existem 73 igrejas evangélicas e muitas fazem os cultos debaixo de uma árvore. “Qualquer lugar que os irmãos possam se reunir para ouvir e conhecer o evangelho de Cristo serve como ponto de pregação. Lá temos muita carência também de Bíblias, que precisam ser no nosso dialeto e somente no Quênia é possível encontrar e o custo é equivalente a R$ 90 por exemplar, mas os recursos são poucos”, revelou. A Comadeplan realiza um culto mensal dedicado aos missionários e as ofertas e dízimos são enviados para eles. “São grandes as dificuldades financeiras principalmente nos países mais pobres”, afirmou o pastor Rinaldo Alves, presidente da Comadeplan.
Os desafios de cumprir o “Ide por todo o mundo”
O Brasil é considerado um dos melhores países para exercer a crença que se deseja seguir, mesmo com os casos de intolerância. Por ser um país laico, a liberdade de escolha é assegurada. As maiores dificuldades em cumprir a ordenança de Jesus registrada no evangelho de Marcos 16:15 “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”, depende, sobretudo, da medida da fé da cada cristão. O difícil é evangelizar nos países onde não há liberdade de escolha e os missionários correm risco de morte.
O pastor Rinaldo Alves, que preside a Convenção dos Ministros do Planalto Central (Comadeplan), em Brasília conta que há missionários da convenção em países da África, Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru, Estados Unidos, Espanha, França e Portugal. E é na África onde a situação dos missionários é mais crítica. “Em Burundi há dois missionários nativos, que são muito perseguidos. O pastor de lá já foi açoitado e sequestrado, mas eles permanecem na obra porque sabem que é obra de Deus e ele têm a missão de resgatar almas que estão perdidas”, destacou o pastor.
O maior missionário da Bíblia é o apóstolo Paulo que abriu as igrejas de Éfeso, Colossos, Tessalônica, Coríntio, Gálatas, Filipo e Roma. “O próprio Paulo foi perseguido e preso em Roma, que era inclusive a terra dele. Parte das cartas do apóstolo Paulo foi escrita da prisão, onde ele ficou até ser degolado. Ele sabia que iria morrer e permaneceu fiel até o fim. Na carta a Timóteo ele diz 'Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé'. (2Tm 4:7)”, ressaltou o pastor José Lins, presidente da Assembleia de Deus Ebenézer.
Os dez países mais perigosos para os cristãos
1. Coreia do Norte
População: 20 milhões; 400.000 cristãos
Religião predominante: Ateísmo
Tipo de regime: Dinastia comunista ditatorial
2. Irã
População: 74,2 milhões; 450,000 cristãos
Religião predominante: Islamismo
Tipo de Governo: República islâmica
3. Afeganistão
População: 28,1 milhões; pouquíssimos cristãos.
Religião predominante: Islamismo
Tipo de governo: República islâmica
4. Arábia Saudita
População: 25,7 milhões, 565,400 cristãos
Religião predominante: Islâmica
Tipo de Governo: Monarquia
5. Somália
População: 9,1 milhões, pouquíssimos cristãos.
Religião predominante: Islâmica
Tipo de governo: gentilmente descrito com “em transição”
6. Maldivas
População: 311.000; pouquíssimos cristãos
Religião predominante: Islamismo
Tipo de governo: República
7. Iemen
População: 23,6 milhões; pouquíssimos cristãos
Religião predominante: Islâmica;
Tipo de governo: República
8. Iraque
População: 30,7 milhões; 334.000 cristãos
Religião predominante: Islâmica
Tipo de governo: democracia parlamentarista
9. Uzbekistão
População: 27,5 milhões; 208.600 cristãos
Religião predominante: Islâmica
Tipo de governo: Republicano
10. Laos
População: 6,4 milhões; 200.000 cristãos
Religião predominante: Budismo
Tipo de governo: Comunista
Fonte: Site cristão Genizah
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Fac-símile da reportagem:


*Tânia Passos Araujo é jornalista do DIÁRIO DE PERNAMBUCO e missionária da Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco.
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Fonte:https://comadeplandf.blogspot.com/2018/06/a-jornalista-diario-de-pernambuco-tania.html