23.08.2017
Do blog BELVEREDE, 26.05.17
Por Eliseu Antonio Gomes
INTRODUÇÃO
Por ser a nossa única e exclusiva fonte de autoridade, e ser a nossa
regra de fé é prática, a Bíblia Sagrada deve ser alvo de estudo.
Devocional e sistemático. É muito importante que o crente seja uma
pessoa conscientizada a respeito da inspiração divina, verbal, e
plenária da Bíblia Sagrada.
A quantidade enorme de manuscritos antigos, o grande número de versões
em outros idiomas e as citações da patrística nos primeiros séculos do
cristianismo falam por si como prova da autenticidade dos livros da
Bíblia. Nenhuma obra da Antiquidade apresenta hoje tantos manuscritos
hebraicos, gregos, latinos e em outras línguas. Temos atualmente em todo
o mundo mais de 25 mil manuscritos bíblicos produzidos antes do advento
da imprensa no século XV. Em segundo lugar, vem a Ilíada, de Homero,
com 457 papiros e 188 manuscritos, perfazendo um total de 645
exemplares. Nenhuma obra da Antiguidade é mais bem confirmada que a
Bíblia.
As descobertas dos rolos do mar Morto revelam a credibilidade e a
fidelidade dos textos hebraicos do Antigo Testamento. Com exceção do
livro Ester, todos os outros livros do Antigo Testamento estão
representados em 800 manuscritos. As onze cavernas de Uaid Qumran
trouxeram à tona cerca de 200 manuscritos bíblicos, descobertos entre
1947 e 1964. Muitos desses manuscritos não foram produzidos pelos
essênios, muitos deles vieram da Babilônia e do Egito. Trata-se
portanto, de textos precedentes de várias épocas e de vários lugares.
I - REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
O cristão precisa conhecer e reconhecer a revelação e inspiração da Bíblia Sagrada.
O Cânon bíblico está fechado. A revelação infalível que Deus fez de si
mesmo já foi registrada. Hoje, Ele continua falando através dessa
palavra. Assim como Deus revelou a si mesmo, e inspirou os escritores a
registrar essa revelação, Ele mesmo preservou esses escritos inspirados,
e orientou o seu povo na escolha destes, a fim de garantir que a sua
verdade viesse a ser conhecida.
Não se deve acrescentar outros escritos ao conteúdo canônico, nem se
deve tirar dele dele nenhum escrito. O Cânon contém raízes históricas
da Igreja Cristã, e o cânon não pode ser refeito assim como a história
não pode ser mudada.
1. Revelação.
A palavra "revelação" (apocalipsis, em grego) significa o ato e o efeito de tirar o véu que encobre o desconhecido.
Cremos que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus para toda a
humanidade e que seu texto foi preservado e sua inspiração divina é
mantida nas 2.935 línguas em que ela é traduzida (segundo dados da
Sociedade Bíblica do Brasil).
Dessa revelação divina decorre o fato de ela ser nossa exclusiva fonte
de autoridade espiritual. Sua inspiração divina e sua soberania como
única regra de fé e prática para a nossa vida constituem a doutrina
basilar da fé cristã.
A Bíblia revela os mistérios do passado como a criação, os do futuro
como a vinda de Jesus, os decretos eternos de Deus, os segredos do
coração humano e as coisas profundas de Deus (Gênesis 2.1-4; Isaías
46.10; Lucas 21.25-28). Seu conteúdo oferece ensinos espirituais aos que
buscam conhecimento, ensinamentos importantes que não são encontrados
em nenhum outro lugar do mundo.
2. Inspiração.
Cânon: a lista de livros já definidos e reconhecidos como divinos para a
vida e a conduta do cristão. Cada um dos 66 livros reconhecidos como
inspirado por Deus desde a sua origem, apesar da seleção de escritos
sagrados só acontecer posteriormente.
Sobre o Cânon e a inspiração, às vezes, os dois termos significam a
mesma coisa. O termo "kanõn" se origina do vocabulário hebraico qãneh
(cana), usada como "cana de medir" (Ezequiel 40.3, 5; 41.8) e
originalmente quer dizer "vara de medir". Na literatura clássica,
significa "regra", "norma", padrão". Aparece no Novo Testamento com o
sentido de "medida" e "regra moral" (2 Coríntios 10.13, 15; Gálatas
6.16). Nos três primeiros séculos do cristianismo, o termo se referia ao
conteúdo normativo, doutrinário e ético da fé cristã, e a partir do
quarto século os termos "cânon" e "canônico" ganharam o sentido de
textos inspirados por Deus e instrumentos normativos para a vida e a
conduta dos cristãos, portanto separados de outras literaturas.
A inspiração divina da Bíblia é um fato singular que ocorreu na história
da redenção humana, possui significâncias importantes para todos,
principalmente para nós crentes em Deus. É o registro da revelação sob a
influência do Espírito Santo, que penetra até as profundezas de Deus (1
Coríntios 2.10-13).
Os 66 livros da Bíblia são divinamente inspirados. Seus escritores foram
receptáculos da revelação. Ninguém mais, além deles foi usado por Deus
dessa maneira específica.
No tempo dos apóstolos ainda não havia a formação final do Novo
Testamento. Quando se reunia para cultuar a Deus, a igreja
neotestamentária lia o Antigo Testamento. E quando recebia as cartas
apostólicas, as lia nas reuniões semanais. Posteriormente, essas cartas,
e os evangelhos, foram paulatinamente aceitos pela igreja como escritos
inspirados por Deus. Ora, havia alguns critérios para isso: como a
autoria apostólica ou de pessoas que tivessem andado com os apóstolos.
3. A forma de comunicação.
O processo de comunicação divina aos profetas do Antigo Testamento se
desenvolveu por meio da palavra e da visão, do som e da imagem (Jeremias
1.11-13). A frase "veio a palavra do SENHOR A", "veio a mim a palavra
do SENHOR" ou fraseologia similar, tão frequente no Antigo Testamento,
muito provavelmente, diz respeito a uma revelação direta, externa e
audível.
A revelação aos apóstolos no Novo Testamento veio diretamente do Senhor
Jesus Cristo (Gálatas 1.11, 12; 2 Pedro 1.16-18; 1 João 1.3) e do
Espírito Santo (Efésios 3.4, 5). Exceto uma única vez no ministério de
João Batista, pois ele é o último profeta da dispensação da lei mosaica
(Lucas 3.2; 16.16).
II - INSPIRAÇÃO DIVINA
A inspiração divina da Bíblia Sagrada é notável aos crentes que desejam conhecê-la.
1. A inspiração divina.
"Toda Escritura é inspirada por Deus" (ARA). O vocábulo grego, aqui
traduzido por "inspirada por Deus", ou "divinamente inspirada (ARC), é
"theopneustos". O termo vem da Bíblia, aparece só uma vez em 2 Timóteo
3.16. É um termo composto de duas palavras gregas: theos (Deus), e pneo
(respirar, soprar).
Isso significa que o texto sagrado foi "respirado por Deus" ou "soprado
por Deus". Em suma, a palavra "teopneustia" significa "inspiração divina
da Bíblia". A palavra define a "inspiração divina"; remete ao fato de
que Deus inspirou aos autores bíblicos todas as palavras e ideias.
A expressão "toda Escritura" não se restringe apenas ao Antigo
Testamento. A Bíblia inteira é divinamente inspirada, a autoridade dos
profetas e apóstolos é a mesma. "para que vos lembreis das palavras que
primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do
Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos (2 Pedro 3.2).
Algumas porções bíblicas são, em especial, um resumo a respeito do que a
Bíblia alega sobre si mesma e uma afirmação enfática de que os autores
dos livros sagrados foram movidos pelo Espírito Santo para expressar as
palavras inspiradas por Deus.
• Pedro esclarece que os autores foram impelidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1.20, 21).
• O apóstolo Pedro coloca as epístolas paulinas no mesmo nível que estão
as Escrituras do Antigo Testamento: "Falando disto, como em todas as
suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os
indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para
sua própria perdição" (2 Pedro 3.16).
• Ousadamente, Paulo declara que seus escritos são de origem divina: 1 Coríntios 7.40; 2 Coríntios 13.3; 1 Tessalonicenses 4.8.
2. Uma avaliação exegética.
Estamos acostumados com duas traduções: "toda Escritura divinamente
inspirada é proveitosa é proveitosa" e "toda Escritura é divina e
proveitosa" Ambas as versões são permitidas à luz da gramática grega.
Mas a primeira é mais precisa, pois a conjunção grega "kai" (e) aparece
entre os dois adjetivos "inspirada" e "proveitosa". Isso significa que o
apóstolo afirma duas verdades sobre a Escritura, a saber: divinamente
inspirada e proveitosa; e não somente uma dessas duas coisas. Dizer que
"toda a Escritura é proveitosa" pode dar margem para alguém interpretar
que nem toda Escritura é inspirada.
3. Autoridade.
A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa
autoridade aparece em expressões como "assim diz o SENHOR" (Êxodo 5.1;
Isaías 7.7); "veio a palavra do SENHOR" (Jeremias 1.2); "está escrito"
(Marcos 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena
e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus
(Marcos 7.13; 1 Pedro 1.23-25).
Existem muitas palavras ou frases que a Bíblia usa para se
auto-descrever e que sugerem uma reivindicação de autoridade divina.
Jesus disse que a Bíblia é indestrutível e que ela jamais passará
(Mateus 5.17, 18); ela é infalível, ou "não pode ser anulada" (João
10.35); e ela é suficiente para a nossa fé e prática (Lucas 16.31).
As inúmeras profecias são exclusividade das Escrituras Sagradas e provas
visíveis de sua inspiração e autenticidade. Muitas delas já se
cumpriram em relação a muitos povos, tanto na Antiguidade, como na
atualidade. Um exemplo é a profecia sobre a queda da Babilônia,
proferida quando esta vivia dias de glórias e grande apogeu (Isaías 13.
19, 20). Tal previsão se cumpriu completamente.
Também, a Bíblia anunciou de antemão a dispersão dos judeus e profetizou
seu retorno à terra de seus antepassados. Após 1.800 anos na diáspora,
os israelitas retornam para sua terra, e em um só dia nasceu uma nação
(Isaías 66.8). Essa profecia diz respeito á fundação do Estado de Israel
logo após a derrocada do nazismo.
Entre tantas outras profecias que se cumpriram cabalmente, e que não
enumeraremos aqui por questão prática de espaço e tempo de leitura,
lembramos das profecias messiânicas cumpridas em Jesus, desde o seu
nascimento de uma virgem em Belém, conforme Isaías 7.17 e Miquéias 5.2,
até a sua ascensão, registrada em Salmos 24.7-10.
As profecias contidas na Bíblia faz dela uma coleção de livros sui
generis, repleta de poder perene, o compêndio literário que não se
assemelha a nenhum outro e que sempre permanecerá acima de qualquer
outro já produzido no mundo.
III. INSPIRAÇÃO PLENA E VERBAL
A inspiração plena e verbal da Bíblia Sagrada pode ser explicada.
1. Inspiração plenária.
O apóstolo Paulo deixa claro ao afirmar que "toda a Escritura é
divinamente inspirada". Inspiração plenária significa que todos os
livros das Escrituras são inspirados por Deus. A inspiração da Bíblia é
especial e única. Não existe na Bíblia um livro mais inspirado e outro
menos. Todos possuem o mesmo grau de inspiração e autoridade.
Paulo ensinava: Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que
debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário" (1 Timóteo 5.18). Neste
versículo, coloca lado a lado citações da Lei de Moisés (Deuteronômio
25.4) e dos Evangelhos (Mateus 10.10; Lucas 10.7), chamando ambas de
"Escritura".
Às vezes, inclusive, "profetas" e "apóstolos" aparecem como termos
intercambiáveis 92 Pedro 3.2). O apóstolo Pedro considera ainda as
epístolas paulinas como Escritura (2 Pedro 3.15, 16).
A Bíblia que Jesus e seus apóstolos usavam era formada pela Lei de
Moisés. os Profetas e os Escritos; essa terceira parte é encabeçada
pelos Salmos (Lucas 24.44). O termo "Escritura" ou "Escrituras" que
aparece no Novo Testamento refere-se a esse Cânon tripartido, que é o
mesmo Antigo Testamento de nossa Bíblia.
2. Inspiração verbal.
A inspiração verbal significa que cada palavra contida na Bíblia foi
inspirada pelo Espírito Santo (1 Coríntios 2.13); e também que as ideias
vieram de Deus (2 Pedro 1.21). Deus "soprou" nos escritores sagrados a
sua mensagem. Uns produziram som de flautas e outros de trombetas, mas
era Deus quem soprava. Assim, eles produziram esse maravilhoso som que
são as Escrituras Sagradas.
A Bíblia contém 66 livros, que abrangem o Antigo e Novo Testamento.
Passaram-se cerca mil anos para que o Cânon bíblico ficasse pronto. Deus
usou cada escritor em sua região, cultura e geração, com seus diversos
graus de instrução. Os escritores, desde Moisés até o apóstolo João, não
foram tratados como meras máquinas, mas como instrumentos usados pelo
Espírito Santo, respeitosamente. Então, o leitor dos textos bíblicos
encontra nos livros a personalidade do escritor, depara-se de livro para
livro com muitos estilos de linguagem distintas, uso de vocabulários
diferentes em estruturas sintáticas diversificadas.
Apesar do mistério que ronda o modo como Deus fez com que sua mensagem
fosse fiel sem destruir a liberdade e a personalidade dos autores
humanos, existem algumas coisas que ficam muito claras. Os autores não
eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a
eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram
usados como engenhocas. As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no
estilo em que estavam acostumados a escrever.
IV - ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA
É importante estar consciente que a Bíblia Sagrada é a única regra de fé
e prática das pessoas que, genuinamente, são crentes em Cristo.
1. "Proveitosa para ensinar".
A finalidade das Escrituras é o ensino para a salvação em Jesus, pois
elas "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo
Jesus (2 Timóteo 3.15).
A Bíblia, expõe a doutrina cristã para a humanidade com o propósito de
salvar, corrigir e edificar o ser humano. Foi dada aos homens para ser
seguida por todos A verdade contida nela redime e santifica, não expira e
nem envelhece. Seus ensinamentos são suficientes para entender a vida
sob a lei de Cristo. Lucas 21.33; João 17.17; 2 Timóteo 3.15-17; 1
Tessalonicenses 2.13.
2. A conduta humana.
Uma das grandezas das Escrituras é a sua aplicabilidade na vida diária,
na família, na igreja, no trabalho e na sociedade. Deus é o nosso
Criador e somente Ele nos conhece e sabe o que é bom para suas
criaturas. E essas orientações estão na Bíblia.
3. As traduções da Bíblia.
Desde os tempos do Antigo Testamento, até hoje, Deus se manifestou e se
manifesta a a cada um de seus servos e suas servas no seu próprio
idioma. Através do mundo inteiro, qualquer crente, ao ler a Bíblia,
recebe sua mensagem com ose esta fora escrita diretamente para ele.
Nenhum crente tem a Bíblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece
aos demais livros traduzidos. Todas as raças consideram a Bíblia como
possessão sua. Nós recebemos como nossa. Isso acontece em qualquer país
que ela chega. Ninguém tem o conteúdo da Bíblia como "dos outros".Este
detalhe prova que ela procede de Deus e atesta que quem escreveu esses
livros sagrados eram seres humanos movidos pela inspiração divina.
CONCLUSÃO
Por direção divina, temos hoje os 27 livros reunidos, conhecidos como o
Novo Testamento, mais os 39 do Antigo, totalizando 66 livros na Bíblia.
Se possuímos exemplar em mãos podemos considerar que isso é um milagre. E
devemos agradecer ao seu Autor celeste por nos entregar a sua Palavra. E
a melhor maneira de fazer isso é meditar nas Escrituras dia e noite
(Josué 1.8), de modo que ela esteja "incorporada" em nossa mente e
coração.
Que cada um queira receber a Bíblia, sem restrição alguma, pois ela é a
palavra de Deus, em qualquer idioma em que vier a ser traduzida.
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Fonte:https://belverede.blogspot.com.br/2017/05/Inspiracao-divina-e-autoridade-da-Biblia-licao-1-Esequias-Soares-Licoes-Biblicas-EBD-CPAD-A-Razao-da-nossa-Fe-Assim-cremos-assim-vivemos-3-trimestre-2017-subsidio-Belverede-eliseu-antonio-gomes.html