07.01.2017
Do portal do jornal DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Por Tânia Passos*
Mais uma vez a Assembleia de Deus Ebenézer ganha destaque nas páginas do maior e mais lido jornal de Pernambuco e do Nordeste, o DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Pastor Robenildo Lins, já tinha sido entrevistado pelo mesmo jornal, no dia 31 de dezembro de 2016(vide aqui). Nesta nova reportagem ele sobre a importância das Assembleias de Deus de ministérios menores e independentes em Pernambuco.
A jornalista Tânia Passos é a autora da matéria. Ela conseguiu, com muito profissionalismo, abordar este assunto, que pela primeira vez é alvo de uma reportagem na imprensa pernambucana.
A população pernambucana apenas conhecia os Ministérios de Recife, presidido pelo Pr. Ailton Alves e Abreu e Lima, presidida pelo Pr. Roberto Santos.
A reportagem do Diário consegue, com maestria, trazer à tona a existência dessas outras assembleias de Deus ainda pouco conhecidas, mas que desempenham o mesmo papel espiritual das duas maiores: pregam a Palavra de Deus, creem no Batismo no Espírito Santo e na atualidade dos Dons Espirituais, além de outras similaridades eclesiásticas e doutrinárias.
Mesmo que independentes em Pernambuco, elas tem a mesma confissão de fé, visto que são ligadas doutrinariamente à mesma Convenção Nacional: A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil - CGADB.
A prova disto é a Confissão de Fé da Igreja Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco(vide aqui) que é igual à Confissão de Fé das Assembleia de Deus do Recife e a de Abreu e Lima, ambas também filiadas à CGADB.
“Algumas igrejas acreditam que os dons cessaram, mas cremos no batismo do Espírito Santo e na salvação mediante a palavra de Deus”, foram palavras do pastor Robenildo Lins, presidente da Assembleia de Deus Ebenézer, em um dos momentos da reportagem que segue abaixo, na íntegra.
A reportagem também revela-se importante por nos fazer reviver momentos históricos das Assembleias de Deus em Pernambuco, dos quais todos os assembleanos pernambucanos guardam com muito carinho e agradecem a Deus por tantas vitórias alcançadas ao longo da história assembleana, tanto aqui em Pernambuco quanto no Brasil.
Parabéns ao Diário de Pernambuco pela reportagem.Parabéns à jornalista Tânia Passos pelo ineditismo e pela excelente reportagem.
Abaixo segue a reportagem na íntegra:
Uma mesma palavra para o credo pentecostalA Assembleia de Deus em Pernambuco tem dois grandes campos: Recife e Abreu e Lima. Mas a denominação também conta com representações menores e autônomas
Uma mesma palavra para o credo pentecostalA Assembleia de Deus em Pernambuco tem dois grandes campos: Recife e Abreu e Lima. Mas a denominação também conta com representações menores e autônomas
Templo central da denominação pentecostal no Recife se destaca na paisagem da Cruz Cabugá
Sem apostar na teologia da prosperidade e com um dos mais rígidos padrões de comportamento, a Assembleia de Deus é a maior igreja evangélica do país e de Pernambuco. Do 1,7 milhão de fiéis evangélicos no estado, mais de 800 mil são assembleianos. Em Pernambuco, a Assembleia se divide em dois grandes campos: o Recife, que tem sede na Avenida Cruz Cabugá, a maior e mais antiga, Abreu e Lima, com sede na BR-101. Além delas, outras ADs de várias denominações independentes ou originárias de outros estados seguem atraindo fiéis sob a doutrina trazida pelos missionários suecos Joel Carlson e Signe Carlson, em 1918.
A Assembleia de Deus foi fundada no Recife em 1918, na Boa Vista |
Carlson iniciou as atividades da igreja no bairro da Boa Vista, na residência dos irmãos João Ribeiro e Felipa Ribeiro, onde foi realizado o primeiro culto. O evangelismo ocorria nas praças e residências. De uma casa simples a um dos maiores templos religiosos do Recife, na Avenida Cruz Cabugá, a Assembleia de Deus projeta ampliação. O futuro templo será erguido na Avenida Mário Melo, no mesmo bairro, com investimento estimado em R$ 300 milhões. O projeto prevê templo de cinco pavimentos e um estacionamento com 17 andares.
Apesar da suntuosidade do templo central, a maioria das igrejas assembleianas exibe uma realidade diferente. Uma das características da evangelização é levar o evangelho nas áreas mais pobres. “Jesus disse: ide e pregai o evangelho a toda criatura. Nós percorremos becos, vielas, comunidades, muitas vezes violentas, mas as dificuldades não nos desanimam, pelo contrário, é a confirmação da fé no Salvador”, explicou o pastor Robenildo Lins, que preside a Assembleia de Deus Ebenézer, atualmente com seis congregações. Uma delas será inaugurada neste sábado no Sítio Ouro Preto, Olinda.
Em Pernambuco, pelo menos 18 igrejas seguem a doutrina da Assembleia, mas são autônomas. Elas fazem parte da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. O pastor Severino Ramos, que foi do campo do Recife por 34 anos, decidiu fundar sua própria igreja, a Assembleia de Deus Adoração. “Há uma necessidade de expansão, além de uma denominação. É uma forma de alcançar um número maior de pessoas”, ressaltou o pastor, que preside o ministério em dez cidades do interior do estado.
Enquanto as fiéis, tradicionalmente, usam vestidos e saias, os homens vestem paletó e gravata. A ideia é diferenciar o crente dos que estão fora igreja. “Na verdade, somos todos irmãos, independentemente de ser católico, batista, presbiteriano ou adventista”, comparou o pastor Robenildo Lins. Outro aspecto da diferenciação é o credo. A Assembleia é pentecostal. Acredita nos dons espirituais que os apóstolos receberam no Dia de Pentecostes, como falar línguas estranhas, profetizar e curar. “Algumas igrejas acreditam que os dons cessaram, mas cremos no batismo do Espírito Santo e na salvação mediante a palavra de Deus”, afirmou Robenildo.
O início do movimento pentecostal no Brasil
A Assembleia de Deus chegou ao Brasil com os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que vieram dos Estados Unidos e desembarcaram em Belém, no Pará. Eles trouxeram a doutrina do batismo no Espírito Santo, que provocou divergência. Em 18 de junho de 1911 foi fundada a Igreja Missão de Fé Apostólica, com conceito já empregado em Los Angeles. Em 1918, a nova igreja, por sugestão de Vingren, passou a chamar-se Assembleia de Deus, em virtude da fundação das Assembleias de Deus no Arkansas, Estados Unidos, em 1914.
A Assembleia de Deus no Brasil expandiu-se pelo estado do Pará, alcançou o Amazonas e propagou-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população.
A influência sueca teve forte peso na formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja.
Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de Natal, a Assembleia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo administrada exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936, a igreja passou a ter maior colaboração das Assembleias de Deus dos Estados Unidos através dos missionários enviados ao país.
As Assembleias brasileiras estão organizadas em forma episcopado não-territorial, onde cada ministério é constituído pela igreja-sede com suas respectivas filiadas, congregações e pontos de pregação.
O sistema é um misto entre o episcopal e o congregacional, onde os assuntos são previamente tratados pelo ministério, e depois levados ao restante dos fiéis.
Números
Ranking das cinco maiores igrejas evangélicas
Brasil
- 12,3 milhões de fiéis da Assembleia de Deus
- 3,7 milhões da Igreja Batista
- 2,3 milhões da Congregação Cristã Brasil
- 1,9 milhão da Universal do Reino de Deus
- 1,5 milhão da Igreja do Evangelho Quadrangular
Pernambuco
- 802.047 fiéis da Assembleia de Deus
- 255.904 da Igreja Batista
- 62.002 da Igreja Universal do Reino de Deus
- 55.046 da Igreja Adventista
- 40.201 da Igreja Presbiteriana
Fonte: Censo Demográfico/2010
Linha do Tempo
- 1916 - Chegou ao estado Daniel Nobre, que presidiu os primeiros cultos
- 1918 - Chegou ao estado o casal de missionários suecos Joel Carlson e Signe Carlson, que ajudou na criação da primeira Assembleia de Deus em Pernambuco
- 1947 - Foi construído o templo de Abreu e Lima da Assembleia de Deus
- 1953 - O campo de Abreu e Lima passou a ter autonomia jurídica
*Tânia Passos, é jornalista, repórter e editora-assistente do Diário de Pernambuco.
E-mail:taniapassos@diariodepernambuco.com.br
NOTA: Clique no link para lê a reportagem diretamente no site do Diário de Pernambuco.
NOTA: Clique no link para lê a reportagem diretamente no site do Diário de Pernambuco.
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Fonte:http://www.impresso.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/suplementos/educacao-e-religiao/2017/01/07/interna_educacaoereligiao,160989/uma-mesma-palavra-para-o-credo-pentecostal.shtml