07.04.2017
Por Tânia Passos Araujo*, atualizada em 08.04, ás 10:30h
Uma noite de pentecostes no culto de Ceia da Ebenézer. O pastor convidado Severino do Ramo, pastor-presidente da Assembleia de Deus Adoração em Pernambuco, foi o grande pregador da celebração, em que foi festejada também a filiação à COMADEPLAN/CGADB.
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O pastor-presidente da Assembleia de Deus Ebenézer, José Lins, com sua esposa Edileuza Lins, recebeu o pastor-presidente da Assembleia de Deus Adoração, Severino do Ramo, com sua esposa Eliene Silva, para o culto de ceia
O culto de ceia da Assembleia de
Deus Ebenézer, na segunda terça-feira do mês de abril, contou com a presença do
pastor-presidente da Assembleia de Deus Adoração, Severino do Ramo, o pregador
da noite, que falou sobre os talentos que Deus concede a cada um de nós e a
disposição de trabalharmos ou não os dons recebidos. O pastor e a esposa, a
missionária Eliene Silva, foram recebidos pelo pastor-presidente da Assembleia
de Deus Ebenézer, José Lins e a esposa Edileuza Lins, e o vice-presidente da
Ebenézer, o pastor Robenildo Lins e a esposa Ana Lins. Numa noite de festa para
a celebração da Ceia do Senhor, o culto contou ainda com uma peça de teatro do
grupo infantil da igreja e muito louvores, entre eles o da cantora Marta Silva. Após o
culto, o pastor Severino do Ramo concedeu uma entrevista à jornalista Tânia
Passos Araujo para o Blog da Igreja Evangélica da Assembleia de Deus Ebenézer de
Pernambuco (IEADEPE)
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O pastor Severino do Ramo pregou sobre os talentos que Deus nos concede e depende de cada um desenvolver esses dons. No púlpito, ele foi ladeado pelo pastor-presidente da Ebnézer, José Lins e pelo vice-presidente, o pastor Robenildo Lins.
1 - Pastor
Severino como o senhor se sente por ter ajudado a Assembleia de Deus Ebenézer a
fazer parte da COMADEPLAN, uma das mais importantes convenções de ministros
evangélicos do país
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R- Sinto-me agradecido a Deus pela
oportunidade de ajudar a expandir o Reino de Deus debaixo de uma bandeira como
a COMADEPLAN, que é uma das maiores convenções do Distrito Federal, em
Brasília. Como também, meu ministério (Adoração) faz parte dela, que é uma
convenção aberta a ajudar as igrejas que têm um princípio bíblico assembleiano
centenário, que nos foi ensinado, desde o início, pelos missionários (Gunnar
Vingreen e Daniel Berg). Então, a
COMADEPLAN, sob a presidência do pastor Rinaldo Alves, é uma Convenção que
oferece toda segurança e, da mesma forma, a COMADEPLAN é ligada à CGAD
(Convenção Geral das Assembleias de Deus). E quando surgiu a oportunidade de
nos filiarmos à COMADEPLAN, eu pensei logo no pastor José Lins e o pastor Robenildo
Lins, pois eu sei das dificuldades para criar uma igreja estruturada. Para mim
é uma honra fazer da COMADEPLAN e ter o nosso pastor José Lins e o pastor
Robenildo também junto à COMADEPLAN e também o pastor Rinaldo ficou muito feliz
de saber do histórico que tem os dois pastores da Ebenézer em Pernambuco. E a
nossa COMADEPLAN está se expandindo para vários estados da federação e aqui em
Pernambuco temos igrejas filiadas à Convenção não só da capital e Região Metropolitana, mas também de
várias cidades do Agreste. É um crescimento saudável agregando igrejas que têm
o perfil doutrinário assembleiano.
2 - Há
ainda muitas igrejas evangélicas independentes que não integram uma convenção.
Qual a sua percepção em relação a essa questão?
R- Partindo do princípio que precisamos parte
de institucional com uma boa estrutura e é necessário também que as igrejas
pequenas procurem se adequar às leis do país, do contrário ela ficará
completamente solitária e no anonimato. E esse isolamento, por vezes, faz com
que ela se desvie por vários caminhos por falta de um norte e acaba abrindo
muitas brechas doutrinárias. Quando a gente detecta que tem um grupo de irmãos
que têm princípios bíblicos e querem um apoio, então nós procuramos ajudar para
que eles se regularizem como instituição religiosa. A partir desse princípio
ela então é avaliada se tem as devidas condições. A comissão de ingresso da
COMADEPLAN, que é ligada à CGAD, tem muitos critérios. Na realidade não é
qualquer igreja que pode se filiar. Aqui em Pernambuco há muitas solicitações,
mas eles não aprovam o ingresso delas à convenção, porque são igrejas que não
adotam o princípio doutrinário que foi ensinado. Então, a gente está trabalhando muito com
essas igrejas menores, que nasceram, muitas vezes, de um ponto de pregação. Eu
conheço um caso de uma igreja que hoje tem quase cem membros que nasceu no
quintal de uma casa, que foi crescendo e até hoje ninguém procurou se organizar.
Nós estamos ajudando, orientando na documentação para que ela possa se filiar a
uma convenção. Isso é importante para não ocorrer a proliferação de igrejas
independentes sem nenhum princípio doutrinário. Quase toda esquina há uma
igreja, mas o problema é que quando não se pertence a uma Convenção, ela corre
o risco de se esfacelar, mas unida à uma convenção ela tem como crescer de forma
organizada. Esse é o papel da COMADEPLAN que Deus tem usado para unificar e
edificar igrejas e não discriminar. Há outras instituições religiosas com
grandes convenções que não abrem espaço e isso muitas vezes prejudica o
trabalho de expansão da Palavra de Deus.
3-
Pastor,
o senhor inclusive já colocou a importância do papel dessas igrejas menores,
que, de certa forma, as grandes estão deixando de fazer. Explique melhor como
isso ocorre na prática.
R- Eu falo sempre que, uma igreja centenária,
ela começa a ter um papel fundamental na sociedade, mas acaba criando uma
estrutura pessoal, às vezes até empresarial, às vezes até institucional muito
forte, com muitas normas, muitas regras e cria-se praticamente o meu céu, o meu
pedaço, a minha denominação. E vai discriminando todos que chegam, que precisam
se adequar ao padrão e modelo institucionalizado. E, às vezes eles se esquecem
do seu histórico, do princípio, que era simples, que era amoroso, que era
acolhedor, que procurava fazer as pessoas se sentirem bem. Mas hoje, por
exemplo, quando há muito recurso se faz um social independente. Não se faz um
social para tirar a fome, para ajudar o enfermo. Faz-se, na verdade, pela
obrigação imposta pela sociedade. Não é mais um trabalho voluntário. E há,
ainda, outros que fazem para ter dedução no Imposto de Renda. Então, eu vejo
hoje as grandes igrejas, que Deus fez crescer, na realidade, mas que o sistema
administrativo é tão pesado e tão forte, que o lado espiritual do cristianismo
de ajudar o irmão, de fortalecer o teu irmão, acaba sendo abandonado. E a gente
espera que as novas igrejas tenham essa visão cristocêntrica, mas também
social. Não que as igrejas irão solucionar todos os problemas, que é
impossível, nem o governo federal tem essa condição, mas o amor faz a
diferença. É dividir o que eu tenho com as pessoas. Então eu dou muita ênfase,
que a igreja não saia só para a evangelização, ela saia também para o cuidado
de detectar a dor e o sofrimento e o amor que está no coração para levar até
eles. Então eu creio em igreja que é flexível, que abre as portas para as
pessoas, que querem viver de acordo com a Palavra de Deus e assim tem espaço
para todo mundo. Agora quando não se quer viver este evangelho, então a culpa
não é da igreja, nem da instituição e sim das pessoas que não conseguem ouvir e
entender a Palavra de Deus.
4 – Pastor,
pelas normas da COMADEPLAN, as mulheres dos ministros recebem o cargo de
missionárias, o que não ocorre nas igrejas tradicionais. Como o senhor encara o
papel das mulheres missionárias?
R – A COMADEPLAN, assim como a CGADB, tem
esse reconhecimento das missionárias, que são as esposas dos pastores, que estão
100% envolvidas no ministério. Como também algumas irmãs que são dedicadas ao
evangelho 100%. Elas recebem uma credencial, isso não as faz pastora
convencional. A COMADEPLAN não adota que a mulher seja consagrada a pastora.
Ela não ministra casamento, não faz cerimônia fúnebre, não ministra a Santa
Ceia, mas elas ministram a Palavra de Deus, ministra o aconselhamento, dirige
reuniões. Então aquelas que têm talento, que tem vocação no chamado. Nós vemos
que há irmãs missionárias que têm muito mais talento do que muitos obreiros. Seja
pela maneira dedicada, pela fidelidade com a obra de Deus. Então, a COMADEPLAN
pelo seu estatuto interno, de acordo com a CGADB, a reconhece como missionária.
É tanto que elas recebem uma credencial de missionária reconhecida
nacionalmente pela CGADB. Já as grandes instituições, as grandes igrejas, que
existem poucas no Brasil, elas só aceitam o trabalho do ministro. Tá certo que
a Bíblia mostra o ministro, o homem. Mas e o papel da mulher, o trabalho delas
como missionárias? Elas estão servindo a igreja e muitas vezes, nós a chamamos
de “a nossa diaconisa”, porque ela está prestando o serviço de diácono mesmo.
Nós da COMADEPLAN, do Ministério Adoração e o da Ebenézer, reconhecemos o
trabalho missionário das mulheres. Eu agradeço muito a Deus por esse espaço das
mulheres que desenvolvem seu trabalho no ministério. São as verdadeiras missionárias
que foram buscar o alimento no Corpo de Cristo para levar às pessoas.
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Os pastores Robenildo Lins, Geferson Silva e Severino do Ramo, durante o partir do pão na Santa Ceia do Senhor da Ebenézer |
*Tânia Passos Araujo, é jornalista e membro da Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco.