07.02.2020 Por Pastor Robenildo Lins*, 24.01.2020, atualizada em 07.02.2020
Paz do Senhor, amados leitores,
Venho compartilhar um texto da Palavra do Senhor e através dela trazer algumas verdades necessárias sobre as falácias que mais uma vez estão dizendo a meu respeito.
Pr. Robenildo Lins
O mau costume de falar mal do outro
Texto Bíblico: Mateus 26:14-16.
14 "Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes 15 e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata. 16 E, desde então, buscava oportunidade para o entregar."
Ter amigos não é uma coisa ruim, até a Bíblia diz que quem tem uma amigo tem um irmão. Pv. 17:17.
O problema é quem nós escolhemos como amigo e quem colocamos perto de nós e a quem confidenciamos nossas conversas particulares.
Significado de amigo- O que quer bem.Aquele com quem podemos contar a qualquer hora e Que sempre está disposto a ajudar. Adjetivo: favorável, partidário, aliado.
Amigos não traem, não falam mal, não denigrem outros amigos.
Colegas se aproximam para obter benefícios que não teem capacidade de ter ou ser sozinhos. Para terem e serem alguma coisas, mentem e convencem que são leais mas quando conseguem o que querem deixam na mão àqueles que os ajudou.
Vemos ttudo isso no texto de Mateus,acima mencionado, sobre o apostólo Judas que foi escolhido pelo próprio Senhor,mas depois o traiu covardemente.
*Pastor Robenildo Linsé vice-presidente da Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco. *****
A mais nova influência sobre igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais é chamada de teologia do coaching, uma nova abordagem que é vista como substituta da famigerada teologia da prosperidade.
Essa
influência que, para muitos líderes cristãos tradicionais deturpa a
mensagem bíblica, foi alvo de um artigo do pastor Renato Vargens, que
considera a teologia do coaching um “modismo eclesiástico” que desvia o foco do fiel da mensagem de redenção para a busca por sucesso.
“Paulatinamente tem desvirtuado e corrompido a igreja brasileira. Seus protagonistas, os denominados coaches não pregam o Evangelho, mas, sim uma mensagem humanista, antropocêntrica e desprovida da graça de Deus”, criticou o pastor da Igreja Cristã da Aliança, em Niterói (RJ).
Em seguida, no artigo publicado em seu blog, o pastor acrescenta que “a teologia do coaching
é falsa e ladra da verdade pelo fato de que ela defende um cristianismo
pelagiano, centrado no homem, em que o foco principal é a satisfação do
indivíduo e não a glória de Deus”.
Renato Vargens elencou quatro motivos centrais para o sucesso da teologia do coaching em grande parte das igrejas evangélicas:
1 – Os evangélicos abandonaram a centralidade das Escrituras em suas vidas e igrejas.
2 – Cristo deixou de ser fonte de contentamento e suficiência para boa parte daqueles que se dizem cristãos.
3
– O hedonismo e o culto ao prazer tornou-se objetivo de uma igreja
antropocêntrica e ensimesmada tendo sido vencida pelo secularismo e
mundanismo.
4
– Os coaches pregam aquilo que o ouvinte quer ouvir, omitindo de suas
mensagens palavras como pecado, erro, juízo e disciplina, construindo na
mente do indivíduo a ideia de que tudo é relativo e que Deus existe
somente para satisfazer única e exclusivamente as vontades da criatura.
Alguns anos atrás, um bom amigo compartilhoucomigo7textosdaEscrituraqueeleesuaesposaoravamporsuas2filhas
desde que eram bebês. As garotas agora são crescidas. E é lindo ver
como Deus respondeu e ainda está respondendo às orações fiéis e
específicas dos pais cheios de fé, nas vidas dessas jovens e piedosas
mulheres.
Eu frequentemente tenho usado essas orações quando oro pelos meus próprios filhos. E eu as recomendo a você.
Mas, claro, as orações não são encantamentos mágicos. Não se trata
apenas de dizer as coisas certas e nossos filhos serão abençoados com
sucesso.
Alguns pais oram fervorosamente e seus filhos se tornam talentosos
líderes, acadêmicos, músicos ou atletas. Outros oram fervorosamente e
seus filhos desenvolvem uma séria deficiência ou doença, ou vagam por um
deserto pródigo, ou simplesmente lutam mais do que outros socialmente
ou academicamente ou atleticamente. E a verdade é, Deusestárespondendoatodasasoraçõesdessespais, mas com propósitos muito diferentes.
É por isso que textos como os de João 9.1-3 estão na Bíblia. Não
devemos determinar muito rapidamente os propósitos de Deus, porque eles
podem ser o oposto de nossas percepções. Deusmedesucessodemododiferentedoquenósfazemos, e é por isso que ele frequentemente responde nossas orações de maneiras que não esperamos.
Então, ore por seus filhos. Jesus nos promete que, se pedirmos,
buscarmos e batermos, o Pai nos dará o bem em troca (Lucas 11.9-13), mesmoqueobemnãosejaevidenteporquarentaanos. E porque Jesus regularmente perguntou àqueles que o procuravam: “Oquevocêdesejaqueeufaçaporvocê?” (Marcos 10.51), sabemos que ele quer que sejamos específicos com nossos pedidos.
Então, aqui estão sete coisas úteis e específicas para orar pelos seus filhos.
1. QueJesusoschameeninguémosimpeçadevirem.
Depois trouxeram crianças a Jesus, para que
lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos os
repreendiam. Então disse Jesus: “Trouxeram-lhe, então,
algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os
discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos,
não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. E,
tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali. (Mateus 19.13-15)
Não retarda o Senhor a sua promessa,
como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para
convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento. (2 Pedro3.9)
Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. segundo, semelhante
a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mateus 22.37-39)
Não vos ponhais em jugo desigual com os
incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a
iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? (2 Coríntios6.14)
5. Queseuspensamentossejampuros.
Finalmente, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude
há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. (Filipenses4.8)
Os filhos de Israel trouxeram oferta
voluntária ao Senhor, a saber, todo homem e mulher cujo coração os
dispôs para trazerem uma oferta para toda a obra que o Senhor tinha
ordenado se fizesse por intermédio de Moisés. (Êxodo35.29)
7. Quequandoforomomentocerto,elesIRÃO!
Jesus, aproximando-se, falou-lhes,
dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século. (Mateus28.18-20)
“Eu? Memorizar as Escrituras? Mas eu não sou mais criança. Além disso, eu ensino crianças agora. Eu ensino; elas aprendem”.
Embora talvez essas não sejam realmente as palavras dos cristãos
adultos, mas esses sentimentos podem representar a atitude de muitos.
Eles realmente não têm memorizado textos específicos das Escrituras há
muitos anos (ou talvez nunca).
No entanto, para um verdadeiro discípulo de Cristo, que realmente
quer ser como Cristo, memorizar as Escrituras é uma disciplina vital. Se
você memorizava as Escrituras quando criança, provavelmente aprendeu o
Salmo 119.11: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra
ti”. O Salmo 119 não é apenas o capítulo mais longo da Bíblia, mas
também é marcado por características estilísticas notáveis. O poema
hebraico é dividido em vinte e duas estrofes, uma para cada letra do
alfabeto hebraico. Cada verso dentro de uma estrofe começa com uma letra
específica. Essa estrutura alfabética era um recurso para a
memorização.
Não apenas pelo seu comprimento e sua forma literária, esse salmo é
digno de nota, mas também pelo seu elevado tema. Do início ao fim, todo
versículo é sobre a Palavra de Deus. A estrofe Beth começa: “De
que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o
segundo a tua palavra”. (v. 9). A estrofe termina: “Meditarei nos teus
preceitos e às tuas veredas terei respeito. Terei prazer nos teus
decretos; não me esquecerei da tua palavra”. (v. 15,16). A chave para
evitar e escapar das armadilhas do inimigo de nossas almas é conhecer a
Palavra, meditar na Palavra e lembrar-se dela. Aninhado bem no meio
dessas instruções está o mandato bíblico para memorizá-la.
Uma das tarefas sagradas de um pai judeu era familiarizar seu filho
com a Torá (Gênesis a Deuteronômio) e enfatizar a importância de
memorizar com precisão o que Deus havia dito (Dt 6. 4-7). Assim, a Lei
seria recitada aos ouvidos da criança desde seus primeiros dias, e as
principais passagens seriam repetidas várias vezes. Como a maioria dos
lares era pobre demais para possuir sua própria coleção dos pergaminhos
do Antigo Testamento, o cultivo da memória era essencial.
Quem memoriza as Escrituras colherá muitos benefícios. Acima de tudo,
é a ajuda das Escrituras para resistir às tentações de Satanás. A
resposta de Jesus “Está escrito” a cada uma das tentações do adversário
no deserto é a maior ilustração disso (Mt 4.4, 7, 10). Além disso, as
Escrituras escritas nas tábuas do coração estão lá para meditação
durante todo o dia (Sl 119.97). Ajuda a renovar nossa mente, para que
nosso pensamento seja moldado pela Palavra que habita em nosso íntimo
(Rm 12.2; 2Co 10.5). A verdade de Deus guardada no coração virá mais
rapidamente à mente na tomada de decisões, aconselhamento, testemunho,
ensino etc. Quando estivermos cercados por dúvidas e depressão, o
estoque da verdade de Deus guardado no coração será uma âncora segura e
firme para nossa arca agitada.
Então não espere mais. Comece agora. Escolha um verso (ou passagem).
Escreva-a. Rememore-a regularmente. Preste contas disso a alguém.
Aprenda a Palavra, não para se vangloriar, mas para que você possa
vivê-la e para que Cristo seja visto em você.
Na noite de 31 de outubro de 1517, o reformador alemão Martinho Lutero (1483- 1546) afixou na porta da igreja do castelo de Wittenberg 95 teses contra as indulgências da igreja medieval. As teses sacudiram o país alemão e em pouco menos de trinta dias já tinham chegado à Itália. Escritas em latim, às teses foram traduzidas para o alemão, holandês e espanhol. Cerca de quatro anos depois o Imperador Carlos V convocou sua primeira dieta imperial na cidade de Worms para entre outros assuntos colocar um fim na reforma deflagrada por Lutero. Os trabalhos iniciaram em fevereiro e se estenderam até o mês de maio de 1521. No dia 18 de abril, uma quinta feira, Lutero foi conduzido ao local da assembleia que se encontrava lotada, o número dos que ocupavam as ante-salas, as janelas e as escadarias somavam 5 mil pessoas [1]. Na ocasião, o reformador foi instigado a retratar-se de seus escritos e sua resposta diante daquela multidão entrou para a história como uma declaração de convicção e fé nas Escrituras Sagradas:
“Minha consciência está atrelada à palavra de Deus. Enquanto não me tiverem convencido pelas Sagradas Escrituras, não posso nem quero retratar-me de coisa alguma, pois é perigoso agir contra a consciência” [2]
Como resultado de sua postura, no dia 26 de maio de 1521, um decreto imperial conhecido como Edito de Worms condenou o reformador por heresia, determinou a execução da bula papal com a excomunhão e ordenou a queima dos escritos e livros de Lutero. O edito também autorizava a prisão e o saque dos bens de todos quantos aderissem ou simpatizassem com as ideias do reformador. Mesmo diante de tal nefasto decreto, a reforma não pode ser contida. Desse modo, em 1529, Carlos V voltou a convocar à Dieta Imperial, desta vez na cidade de Espira, com a intenção de combater a reforma, ratificar o Edito de Worms e impor o catolicismo na Alemanha. A reunião transcorreu no período de 19 a 25 de abril daquele ano. Após intensos e calorosos debates em que os representantes do imperador e do papa desejavam suspender o direito a liberdade religiosa e restabelecer a religião católica no país, os líderes alemães indignaram-se e redigiram um documento de protesto. Ao total, seis príncipes assinaram e 14 cidades imperiais livres subscreveram a carta:
“Protestamos pelos que se acham presentes [...] que nós, por nós e pelo nosso povo, não concordamos de maneira alguma com o decreto proposto, nem aderimos ao mesmo em tudo que seja contrário a Deus, à Sua santa Palavra, ao nosso direito de consciência, à nossa salvação. [...] Por essa razão rejeitamos o jugo que nos é imposto. [...] Ao mesmo tempo estamos na expectativa de que Sua Majestade imperial procederá em relação a nós como príncipe cristão que ama a Deus acima de todas as coisas; e declaramo-nos prontos a tributar-lhe, bem como a vós, graciosos fidalgos, toda a afeição e obediência que sejam nosso dever justo e legítimo” [3]
A partir deste episódio histórico os adeptos e simpatizantes das ideias de Lutero com a consequente reforma da igreja receberam a alcunha de “protestantes”. Já o conceito de “protestantismo” surgiu no século XVI com o propósito de fundir uma série de eventos que contribuíram para a transformação da igreja cristã. Na verdade, após as 95 teses de Lutero, a igreja experimentou programas de reformas diversos e distintos em todo o mundo. Porém, foi a partir de Wittenberg que a teologia escolástica e o aristotelismo deram lugar a uma nova teologia com ênfase na Bíblia. O lema adotado por Lutero “renovar e não inovar” passou a ser um padrão para o protestantismo onde o movimento se instalava. Como resultado dessas transformações surgiram uma variedade de ramificações e denominações cristãs e cada qual adotou um modelo de reforma para ser seguido.
Em decorrência, os reformadores nem sempre estavam concordes em suas posições doutrinárias. Desde o começo aconteceram divergências quanto à necessidade de reformar este ou aquele ponto doutrinário. Evidente que estes fatos não são deméritos e nem colocam a reforma em descrédito. A reforma deve ser entendida como um movimento de transformação. Como se convencionou afirmar “sempre reformando”. E já no período clássico da reforma surgiu a “reforma radical” que desejava não apenas reformar, mas restaurar a igreja à sua pureza original. Essa ênfase foi considerada uma “reforma da Reforma”, ou uma “correção da correção do catolicismo” [4]. Deste modo, no período da Reforma, confissões, credos e declarações de fé protestantes passaram a ser promulgadas. Estes documentos depois de aprovados passavam a ser a interpretação autorizada das Escrituras como norma de fé e prática deste ou daquele determinado segmento protestante.
Assim, as confissões de fé tornaram-se marcas da Reforma Protestante, dentre elas, destacam-se a Confissão de Augsburgo (Lutero), elaborada por Filipe Melânchton em 1530; as Confissões Helvéticas (Zuínglio), a primeira em 1534, e a segunda em 1566, sendo esta preparada por Heinrich Bullinger; a Confissão de Fé Gaulesa (João Calvino), elaborada em 1559; a Confissão de Fé Escocesa (John Knox), preparada em 1560; a Confissão Belga (Guido de Brés), elaborada 1561; o Catecismo de Heidelberg (Ursino e Oleviano) em 1567; a Confissão de Fé da Igreja Anglicana (Matthew Parker) escrita em 1552 e revisada em 1563; a Remonstrância (Armínio), escrita em 1610 e que culminou com a Confissão Arminiana em 1621, elaborada por Simão Episcópio. E por fim, a última delas no período da Reforma, a Confissão de Fé de Westminster (Britânica), produzida entre 1643 e 1647.
Mercê destes fatos e seguindo o legado dos reformadores, as Assembleias de Deus no Brasil, no ano de aniversário de 500 anos da Reforma Protestante e no período pós-centenário do pentecostalismo assembleiano, por ocasião da 42ª Assembleia Geral Ordinária da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), em abril de 2017, aprovou por unanimidade de seus Ministros a sua “Declaração de Fé”. O documento é constituído de 16 artigos de fé intitulado de “cremos” o que pode ser considerado como “credo menor” e a “Declaração de Fé” propriamente dita que contém 24 capítulos e que pode ser identificada como “credo maior”. O documento ressalta a marca pentecostal das Assembleias de Deus enquanto desponta como a maior denominação religiosa protestante do país. No entanto, a primordial finalidade da “Declaração de Fé” das Assembleias de Deus é usar o documento como proteção contra os modismos e as falsas doutrinas, contribuir para a unidade do pensamento teológico e ortodoxia cristã para “que digais todos uma mesma coisa” (1 Co 1.10) e, de modo especial, fazer com que tudo culmine para a Glória de Deus (Soli Deo Gloria).
Pense nisso!
*Douglas Baptistaé pastor, líder da Assembleia de Deus de Missão do Distrito Federal, doutor em Teologia Sistemática, mestre em Teologia do Novo Testamento, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Bibliologia, e licenciado em Educação Religiosa e Filosofia; presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Cristã Evangélica, do Conselho de Educação e Cultura da CGADB e da Ordem dos Capelães Evangélicos do Brasil; e segundo-vice-presidente da Convenção dos Ministros Evangélicos das ADs de Brasília e Goiás, além de diretor geral do Instituto Brasileiro de Teologia e Ciências Humanas.
08.03.2017 Do portal CPAD NEWS, 31.10.16 Por Valmir Nascimento, Ministro Evangélico Assembleiano*
Em tempos de comemoração do aniversário da Reforma Protestante, que neste ano completa 499 anos, é comum reacender a discussão a respeito de quem faz parte da tradição protestante dentre os grupos do segmento evangélico. É uma espécie de análise do divino direito hereditário ao movimento reformista do início do Século XVI, conduzido em regra por certo elitismo teológico que insiste em monopolizar um evento que combatia esse tipo de postura.
Nesta mesma época doano passadochamei a atenção para a complexidade e heterogeneidade do movimento reformador, com implicações eclesiásticas, morais, políticas e econômicas. Em seu cerne estava o protesto contra a corrupção religiosa e a venda de indulgências pela igreja, assim como a defesa de que cada cristão pudesse, por si só, ler e compreender as Escrituras. A Reforma combateu, entre outras coisas, a autoridade central e o monopólio clerical como fonte única e oficial de interpretação da Bíblia.
É interessante que ainda hoje aqueles que afirmam possuir a legitimidade para falar em nome da Reforma contrariem esse pressuposto protestante, tentando excluir outros segmentos cristãos que não seguem algum ponto da doutrina que professam, indo além dos cinco solas característicos do protestantismo: Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus); Sola Fide (Somente a Fé); Sola Gratia (Somente a Graça); Sola Christus (Somente Cristo); Sola Scriptura (Somente as Escrituras).
Nesse sentido, há quem exclua o pentecostalismo da grande tradição protestante, ao argumento de que o movimento carismático não se enquadra nas bases doutrinas das igrejas históricas.
Antes de abordar esse aspecto, devo dizer o óbvio ululante, especialmente aos jovens reformados que parecem acreditar nisso: o cristianismo não foi iniciado com a Reforma Protestante! Embora a Reforma tenha sua relevância para a história em geral e para o cristianismo em particular, representando uma correção de percurso na igreja cristã, com significativa contribuição para os avivamentos espirituais que se seguiram, o movimento não pode ser idealizado como a síntese delimitadora da fé cristã.
Em outras palavras, a Reforma Protestante deve ser estudada, valorizada e considerada historicamente, mas jamais idolatrada. A Bíblia é a chave de interpretação da Reforma, e não o contrário. A Reforma é uma das provas da ação de Deus na história, mas Deus não se limita aos próprios eventos históricos.
Ainda assim, a tentativa de apropriação desse evento por parte da cristandade deve ser rechaçada. Tal se dá, como escreveu o amigo César Moisés Carvalho, embora falando sobre outra perspectiva, “porque somos cristãos e não há motivo algum para descrer em doutrinas basilares que não são propriedade de nenhuma das expressões do cristianismo, ou seja, não são católicas, evangélicas, ou pentecostais, mas simplesmente cristãs” (1).
Em sua obra “Revolução Protestante” o teólogo anglicano Alister McGrath observa que a fase emergente da Reforma foi sacudida por intensos debates teológicos e divergências marcantes. A respeito da salvação, justificação e predestinação, McGrath diz que, apesar dos embates históricos entre luteranismo, calvinismo e arminianismo, “todas as três permanecem opções relevantes para o protestantismo atual e a passagem do tempo não corroeu a credibilidade de nenhuma delas nem as tensões que geraram no movimento protestante mais amplo. Todas elas afirmam os temas centrais da Bíblia – embora de diferentes formas e com resultado diferentes” (2). Por esse motivo, o teólogo inglês sustenta que o protestantismo pertence à categoria abrangente do escritor C. S. Lewis de “cristianismo puro e simples”, no fato de que compartilha as crenças essenciais do cristianismo como um todo.
Diante disso, não há como negar a identificação do pentecostalismo com os postulados da Reforma Protestante. No livro já citado McGrath escreve um poderoso capítulo intitulado “Línguas de Fogo: A revolução pentecostal do protestantismo”, no qual enfatiza a vinculação do pentecostalismo com a teologia protestante, ainda que possua distintivos marcantes na ênfase doutrinal e nos padrões de adoração.
De acordo com o autor, o pentecostalismo emergiu historicamente da tradição de santidade norte-americana e enfatiza o lugar da Bíblia na vida e tradição cristãs. De forma mais contundente McGrath escreve:
“O pentecostalismo deve ser entendido como parte do processo protestante de reflexão, reconsideração e regeneração. Ele não é consequência de uma “nova Reforma”, mas o resultado legítimo do programa contínuo que caracteriza e define o protestantismo desde o seu início. O pentecostalismo, como a maioria dos outros movimentos do protestantismo, fundamenta-se no que aconteceu antes. Seu igualitarismo espiritual é claramente a redescoberta e reafirmação da doutrina protestante clássica do “sacerdócio de todo os crentes”. Sua ênfase na importância da experiência e na necessidade de transformação remonta ao pietismo anterior, em especial, como desenvolvimento na tradição da santidade. Contudo, o pentecostalismo uniu e casou essas percepções em sua própria percepção distintiva da vida cristã e de como Deus é encontrado e anunciado. Ele oferece um novo paradigma marginal e levemente excêntrico pelos crentes da corrente principal; cem anos depois, o pentecostalismo cada vez mais, passa, ele mesmo, a definir e a determinar essa mesma corrente principal”(3).
O pentecostalismo, portanto, longe de contrariar o protestantismo, deu-lhe vigor e dinamismo, por meio do seu programa evangelístico e missionário, aliado à ênfase no Espírito Santo para exaltar e testemunhar o senhorio de Cristo.
Mas não somente isso, a herança teológica pentecostal é distintamente relevante para reacender o ideal protestante do sacerdócio universal, na medida em que realça o valor da experiência e a convicção de que as narrativas de Atos-Lucas possuem valor normativo para a igreja cristã. Como escreveu Robert Menzies: “As históricas de Atos são as nossas histórias, e as lemos com expectativa e ânsia. História de poder do Espírito Santo, que capacita os discípulos comuns a fazer coisas extraordinárias para Deus” (4).
Referências
1. CARVALHO, César Moisés. Revelação, experiência e teologia. Revista Obreiro Aprovado, n. 75. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 32.
3. MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa história é nossa história. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, posição 305.
*Valmir Nascimentoé ministro do evangelho, jurista, teólogo e mestrando em teologia. Possui pós-graduação em Direito e antropologia da religião. Professor universitário de Direito religioso, Ética e Teologia. Editor da Revista acadêmica Enfoque Teológico (FEICS). Membro e Diretor de Assuntos Acadêmicos da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Analista Jurídico da Justiça Eleitoral. Escritor e palestrante. Comentarista de Lições Bíblicas de Jovens da CPAD (Jesus e o seu Tempo). Evangelista da Assembleia de Deus em Cuiabá/MT.
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inexcrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu o intento do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele, eternamente. Rm.11:33-36
(Romanos 11:33-36). O pensamento de que Deus se propõe a usar misericórdia para com toda a humanidade fez com que Paulo acrescentasse estas palavras de louvor. Como entender a mente do Senhor? Como é que um Deus santo faz tanto para alcançar seres pecadores, orgulhosos e teimosos como nós? Deus é merecedor de toda a glória. Ele é o iniciador, gerador e consumador da fé.
Não haveria salvação sem o convite amoroso que Deus faz a todos. Não haveria salvação sem a fé que Deus produz no coração de todos os que respondem ao Seu amoroso convite. Não haveria salvação sem Jesus, o primeiro a ressuscitar para a vida que é de todos os que confiam em Deus.
Efectivamente dele, por ele e para ele são todas as coisas. Que, tal como Paulo, possamos parar de vez em quando e simplesmente louvar este Deus que tudo nos deu. Encorajo-lhe a memorizar esta curta passagem de louvor, guardá-la no seu coração e deixá-la sair dos seus lábios durante todos os tempos difíceis, assim como nos tempos de fartura e bênção.
ORAÇÃO:Ó profundidade de riqueza, tanto da sabedoria como do
conhecimento de Deus! - Porque dele, e por meio dele, e para ele .são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.
Sim, a Bíblia é digna de crédito. Ao estudar a Bíblia com cuidado, verifica-se que ela não contém erros grosseiros como os encontrados em outros escritos antigos. Embora a Bíblia contenha muitas descrições não científicas, nenhum trecho da Bíblia precisa ser revisto em função de resultados conclusivos de pesquisas científicas.
A Bíblia foi escrita num período de cerca de 1500 anos. Estiveram envolvidos aproximadamente 45 escritores de diferentes origens e ocupações. Entre eles estão os intelectuais Moisés e Paulo, o comandante militar Josué, o ministro de estado Daniel, os reis Davi e Salomão, o pastor de ovelhas Amós, o pescador Pedro, o médico Lucas. Muitas vezes os textos da Bíblia foram escritos em lugares incomuns, como no deserto, na prisão, no palácio, em viagens ou no exílio. Sua redação se deu nas mais diversas situações emocionais como alegria e amor, medo e preocupação, necessidade e desespero. Apesar das 60 gerações que passaram durante sua composição e apesar da grande diversidade de escritores, a Bíblia expõe uma temática uniforme e coordenada, tratando de centenas de tópicos com harmonia e continuidade notáveis.
A Bíblia é dividida em duas partes: o Antigo Testamento (AT), com escritos de antes da era cristã, e o Novo Testamento (NT), com escritos da era cristã. Um catálogo ou lista dos escritos incluídos na Bíblia é chamado de cânon bíblico. Os cânones usados pelos cristãos católicos, protestantes e ortodoxos têm diferenças no AT. Não há diferenças na composição do NT.
As listas mais antigas de textos do AT correspondem ao Tanach, o principal conjunto de livros sagrados do judaísmo. Este é o cânon do AT adotado nas Bíblias protestantes. Textos adicionais, chamados de deuterocanônicos, existem no AT das Bíblias católicas e ortodoxas. Estes textos provém da Septuaginta, uma tradução de livros judaicos para o grego, muito usada desde antes da era cristã. As diferenças no cânon do AT podem ser entendidas como secundárias, pois para reformadores protestantes como Lutero, os textos deuterocanônicos "não são considerados iguais às Sagradas Escrituras, mas mesmo assim de leitura boa e proveitosa."
Achados arqueológicos (como por exemplo os escritos das cavernas de Qumran) têm comprovado a qualidade dos manuscritos disponíveis para os textos do AT. E também com relação ao seu conteúdo, o arqueólogo e orientalista William Foxwell Albright (1891-1971) resume: "Não há como negar que a arqueologia confirma a substancial credibilidade histórica da tradição do Antigo Testamento."
A referência mais antiga ao cânon do NT é conhecida como o Cânon de Muratori e data do século II. Relaciona os quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), as cartas de Paulo, Judas, as duas primeiras cartas de João e o Apocalipse. Não inclui as epístolas de Tiago, as de Pedro e aquela aos Hebreus. Controvérsias existiram com relação à inclusão no cânon de Hebreus, Tiago, Judas, Apocalipse, a segunda e terceira cartas de João e a segunda de Pedro. Da mesma forma, outros escritos já estiveram no cânon do NT, e depois foram rejeitados. Dentre estes, os principais foram a primeira carta de Clemente aos Coríntios (do século I) e o Pastor de Hermas (do século II). Há documentos históricos, como a História da Igreja, escrita por Eusébio de Cesaréia (cerca de 260-340), que relatam os argumentos usados para inclusão ou não dos diversos textos no cânon bíblico.
A lista completa dos livros do NT aparece pela primeira vez numa epístola de Atanásio de Alexandria para a Páscoa de 367 d.C. Esta mesma lista foi confirmada posteriormente nos concílios regionais Hipona I (393 d.C) e Cartago III (397 d.C) e IV (417 d.C). Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C.) também confirma este cânon para o NT.
A autenticidade do NT, em especial a dos evangelhos, é significativa para a fé cristã, que neles tem fundamento. A evidência histórica e testemunhos arquelógicos mostram a proximidade entre a vida de Jesus e a redação dos evangelhos. A relevância desta proximidade é ressaltada no próprio NT, por exemplo por Pedro, que escreve em sua segunda carta: "Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, pois com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza." (1:16)
Dispõe-se hoje de mais de 5200 cópias manuscritas com textos do original grego do NT. Alguns são papiros (os mais antigos testemunhos do texto do NT), outros são códices unciais (escritos em caracteres maiúsculos sobre pergaminho),códices minúsculos (escritos mais tarde em caracteres minúsculos) ou lecionários (cópias para uso litúrgico). Há mais de 80 papiros, 260 códices maiúsculos, 2700 códices minúsculos e 2100 lecionários distribuídos por bibliotecas de vários países.
As pequenas variações encontradas nestes mais de cinco mil manuscritos são gramaticais ou sintáticas, sem implicações relevantes de conteúdo. Analisando e comparando os manuscritos, os especialistas são capazes de reconstruir a face autêntica original do Novo Testamento que hoje usamos. A documentação existente para esta reconstrução é excepcionalmente privilegiada. Isto fica claro ao confrontar as testemunhas do texto original do NT com as dos textos clássicos latinos e gregos. As primeiras cópias das obras de escritores clássicos (Virgílio, Horácio, Platão, Eurípedes, etc.) consideradas autênticas e plenamente reconhecidas são posteriores às primeiras cópias dos evangelhos.
A autenticidade do NT é também confirmada por historiadores antigos. Eusébio de Cesareia, por exemplo, cita Pápias († 130) bispo de Hierápolis, nascido no primeiro século, isto é, no tempo em que João ainda vivia. Pápias disse sobre o evangelho de Mateus: "Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres [de Jesus] na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pode." (História da Igreja III, 39:16).
Uma outra citação de Pápias na obra de Eusébio refere-se ao evangelho de Marcos: "Marcos, tendo se tornado intérprete de Pedro, anotou exatamente, embora não em ordem, tudo o que recordou das palavras e ações de Cristo. Pois não ouviu o Senhor nem o seguiu, mas depois, como eu já disse, seguiu a Pedro, que adaptava seu ensino às necessidades dos ouvintes, sem a intenção de dar um relato conectado dos discursos do Senhor. Assim, Marcos não cometeu engano quando escreveu as coisas como as recordou, pois era cuidadoso em nada omitir do que tinha ouvido, e nada dizer de falso." (História da Igreja III, 39:15).
Outro testemunho foi dado por Irineu († 200). Ele foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que por sua vez foi discípulo de João. Sobre a origem dos evangelhos Irineu escreve: "Mateus, igualmente, compôs um evangelho entre os hebreus no seu próprio dialeto, enquanto Pedro e Paulo pregavam em Roma, e lançavam os fundamentos da igreja. Após sua partida, Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, igualmente entregou-nos por escrito o que tinha sido pregado por Pedro. Lucas, o companheiro de Paulo, também anotou num livro o evangelho pregado por ele. Mais tarde, João, discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também um evangelho quando de sua estadia em Éfeso." (Contra as heresias I, 1).
Muitos autores discutem a credibilidade do texto bíblico com detalhe e objetividade. Para saber mais, consulte:
J. McDowell - Novas evidências que demandam um veredito. Volumes 1 e 2, Editora Hagnos, 2013. (clique aqui para localizar este livro no site da editora)
G.L. Archer Jr. - Panorama do Antigo Testamento, nova edição revisada e ampliada do clássico Merece confiança o Antigo Testamento?, Editora Vida Nova, 2012. (clique aqui para localizar este livro no site da Editora Vida Nova)