segunda-feira, 13 de março de 2017

Pastor Robenildo Lins, uma história de fé. A tempestade que mudou a minha vida

08.03.2017
Por Tania Passos*

A tempestade que mudou a minha vida

“E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” Mt  7:25


Há um ano, por volta de março de 2016, a minha vida sofreu um grande rebuliço. A tempestade que se abateu sobre mim e a minha família, com minha brusca saída da Assembleia de Deus de Abreu e Lima, após anos de dedicação ao Ministério, onde o meu nome foi duramente caluniado, parecia o fim do meu chamado espiritual. Mas quando Deus tem um negócio com o homem, Ele age segundo os seus próprios desígnios. O que eu não sabia é que, na verdade, fui tirado pela mão forte de Deus para fazer outra obra, dessa vez na Assembleia de Deus Ebenézer, um Ministério que tem a missão de levar a Palavra de Deus nas comunidades mais longínquas.

 Não foi fácil entender o que Deus queria para minha vida. A dor e a humilhação pareciam não ser possíveis de suportar, mas Deus sabe até onde nos provar e saí bem mais fortalecido dessa batalha espiritual. Com ajuda de Deus, da minha família, dos amigos que chegaram na hora mais difícil da minha vida, do apoio incondicional da minha esposa Ana Lins, para  continuarmos a obra que o Senhor Todo Poderoso nos confiou.


O sentimento de injustiça que havia tomado conta de mim foi substituído pelo da esperança. A justiça, diz a palavra de Deus, cabe ao Senhor ( Lc 18.7) e não há nada encoberto que não será revelado (Lc 12.2). Não cabe a mim buscar justificação diante dos que me caluniaram. Deus está no controle e Ele é quem me justifica.

Vou dedicar todo o tempo que Deus me conceder para ganhar mais almas para Jesus  e cuidar das  muitas ovelhas do Senhor, e creia irmãos, Jesus tem pressa. A obra Ebenézer prospera a olhos vistos para honra e glória do Nosso Senhor Jesus Cristo. E muito mais ainda tem pela frente. A chegada do pastor José Lins, o nosso plantador de igrejas, foi o bálsamo que Jesus havia nos reservado para dividir o peso da obra. E ele chegou com sede de implantar igrejas. Com a experiência de fundar igrejas pelo interior do estado, o pastor Lins traz para a Ebenézer não apenas sua experiência, mas, sobretudo, o seu conhecimento na palavra de Deus e seu testemunho de vida e de fé, ao lado da esposa Edileuza Lins.

O pastor José Lins, assumiu o seu lugar de destaque no ministério e é nosso pastor-presidente e eu o seu vice, com muito orgulho e satisfação. Em maio de 2016 completa um ano da abertura da primeira Igreja da Assembleia de Deus Ebenézer no Alto da Conquista, em Olinda. Depois foi a vez da congregação de Maranguape II, em Paulista. Em seguida foi aberta a igreja de Beberibe (sede provisória), no Recife. Abrimos depois a igreja de Jardim Atlântico, em Olinda. Houve em seguida a mudança da sede em Beberibe para Integração (ao lado do Terminal de Xambá), Olinda, depois foi aberta a igreja de Sítio Ouro Preto, também Olinda. E em março de 2017, será inaugurada a de Tamandaré (próxima à Rádio Tamandaré, na presidente Kennedy). E, neste primeiro trimestre, abriremos ainda a igreja da Alameda Paulista, que está ainda nos preparativos, e a igreja de Jardim Brasil V, também em Olinda.


E Deus já nos sinaliza para outros caminhos que ainda estão por vir, pois Ele está no controle de tudo e a tempestade que se abateu na minha vida é hoje uma bonança que prospera para a  glória e honra do Nosso Senhor Jesus Cristo e o  crescimento da igreja de Deus.

*Entrevista dada á jornalista Tânia Passos que é também membro da Igreja Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco. 
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domingo, 12 de março de 2017

Pastor Robenildo Lins, uma história de fé. Meu encontro com Ana e o Senhor Jesus

09.03.2017
Por Tânia Passos*

Meu encontro com Ana e o Senhor Jesus

 Quatro anos depois de ter saído da igreja, eu conheci Ana e voltei a servir ao Senhor Jesus. Ela havia me visto primeiro. Na época eu tinha o cabelo grande e, talvez por isso, tenha me destacado dos demais. A empatia foi recíproca e uma semana depois, nós já estávamos namorando e eu voltei para a igreja. O meu pai, nesse tempo, era dirigente da Campanha Evangelizadora de Paratibe III. Eu firmei um compromisso com Jesus e com ela. E após oito meses de namoro e noivado, nos casamos, até o dia de hoje. 


Quando eu conheci Ana, eu era funcionário da Prefeitura de Abreu e Lima, depois fui trabalhar como motorista na fábrica de colchões na confecção Márcia Cristina do saudoso pastor José Flor. De lá, ele me levou para a casa do pastor Isaac, que foi quem fez meu casamento. Ainda novo, ele disse a mim: “Eu lhe conheço. Você é o filho do irmão Lins”. E em seguida perguntou: Você quer durar aqui? Eu disse sim e ele completou: “Veja e não veja. Escute e não escute”. 


Mas eu tive oportunidade, eu fui motorista da igreja, também fui motorista do pastor Isaac por um período, também no período da sua doença. Então eu fiquei desempregado e passei pela mesma situação de quando era solteiro, só que dessa vez casado e com dois filhos e a minha esposa grávida de gêmeos. Eu morava numa casa alugada na Rua Henrique Dias, na Matinha, em Abreu e Lima, e fazia parte da igreja da Matinha e o pastor me separou para ser auxiliar da igreja e eu não queria e tirei minha ficha. Eu não queria ser nada na igreja, pelo o que eu via meu pai passar e pelo  que eu estava passando e continuei ainda passando por uma situação muito complicada de prova. 

Não tinha como pagar o aluguel da casa. Não tinha para onde ir, minha esposa começou a ter complicações na gravidez. Ela foi internada no hospital do Imip. Eu tinha começado um emprego em uma firma de gás e pedi a um amigo para levá-la ao hospital. E ela perdeu os dois bebês aos cinco meses de gravidez e quase que ela também vai embora. O tempo passou, os meninos cresceram, eu não queria ser pastor. Quando eu fui me visitar meu pai, lembrei que Deus já havia usado alguém para minha sogra quando disse que um dos dela estava indo embora e nós fomos morar em Limoeiro. 

Fomos ajudar o pastor Lins a construir a igreja de Limoeiro e de lá conseguiu novamente outro emprego e voltei para a Rua 47 em Caetés III. Passou um tempo e eu fui consagrado para o presbitério e fui dirigir uma igreja em Caetes III na Rua 51. Fiquei lá um ano e sete meses, depois desse período fui consagrado como evangelista,  fui transferido de Caetés III e fui enviado para Olinda para a igreja da presidente Kennedy. Já nesse período da transição de Caetés III para lá, eu trabalhava na empresa Cidade Alta, eu tive que abnegar do emprego, eu fiz um voto a Deus. 

O pastor Roberto pediu para eu sair para se dedicar à igreja e mesmo assim, eu vim com a minha família, trabalhar na igreja, desempregado, e como estava sendo provado por Deus,   passei dois anos e meio sem receber nada da igreja. Fui mantido pela cesta básica da igreja  e também do irmão Ednaldo que doava dez cestas e uma era minha até o dia que a igreja resolveu me colocar na folha de pagamento. Passei a ser pastor depois de três anos já consagrado na área. Comecei dirigindo seis igrejas, depois passamos para quinze. Depois chegamos a vinte congregações. 

*Entrevista dada á jornalista Tânia Passos que é também membro da Igreja Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco. 
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sábado, 11 de março de 2017

Pastor Robenildo Lins, uma história de fé. A cerca de bambu

07.03.2017

A cerca de bambu


 Outro referencial para mim e meus irmãos é o meu pai. Mesmo diante de todas as dificuldades que ele passou, ele sempre ensinou os filhos a fazer o que é certo e digno diante de Deus. Ele sempre teve uma preocupação com a formação do nosso caráter e ele instruiu todos os filhos a sempre fazer o que é correto e não seguir pelo caminho mais “fácil”. E lembro que, mesmo desempregado, ele arrumou um meio de sustento com a construção de cercas de bambu. 

A primeira ele fez para nossa própria casa na Rua 58, em Caetés III. Os vizinhos gostaram e encomendaram cerca a ele. Ele levava os filhos para a mata e tirava os bambus. Nós fizemos muitas cercas até que a safra do bambu acabou (risos). Depois ele vendeu a casa dele e comprou outra dentro do próprio bairro e era uma casa de taipa, na Rua Aracati, fora da vila, e a parede estava caindo e ele aprendeu a construir a parede e a partir daí, ele passou a fazer reforma em outras casas. De uma forma ou de outra, Deus estava sempre nos ajudando. 

Depois voltamos para Caetés III, na Rua 59, e havia um terreno que a igreja tinha comprado e estava com uma plantação de macaxeira e o Pastor Isaac Martins, com sua bondade que lhe era característica, autorizou que a gente tirasse a macaxeira e a gente passou um tempo se alimentando daquela macaxeira até que  igreja foi construída.Com meu pai  ainda desempregado, minha mãe começou a matar galinha para vender. Na época, o então presbítero Cavalcanti, que mais tarde se tornou pastor e já é falecido, vendia verduras e galinhas e minha mãe matava de 25 a 30 galinhas por dia e a esposa dele, a irmã Lindalva dava metade de uma galinha, uma palma de banana, um pacote de macarrão e um quilo de farinha. 

Até que houve um período que fechou tudo. E eu, recentemente, revivi em um sonho, vendo meu pai deitado na cama aos prantos, orando por nós e pedindo a Deus misericórdia e pedindo para livrá-lo daquela situação extrema que estava passando.  Ao acordar, chorando, tive que sair do quarto para minha esposa não me ver chorando por ter me lembrando dessa cena.

Entre a igreja e o mundo

O tempo passou e Deus começou a fazer promessas, a igreja de Caetés III foi construída e nós trabalhamos na construção da igreja. A gente morava bem de frente da igreja. Meu pai foi dirigente da Campanha Evangelizadora, passou um período lá e depois nós fomos para Paratibe, onde ele foi consagrado ao diaconato. Foi o período da minha vida em que com 18 anos eu comecei a trabalhar. 

O meu primeiro emprego foi na fábrica Tiletron, eu fabricava chapa de box de banheiro. E quando eu comecei a trabalhar afastei-me do Evangelho. Passei quatro anos fora da igreja. Nesse  período eu fiz tudo que uma pessoa que é crente nunca fez. Em pouco tempo eu queria fazer tudo, provar de tudo. 

Comprei uma moto, achava que era dono do mundo, comprei uma arma e me envolvi com todo tipo de gente. Sem nunca, porém, trilhar pelo caminho da criminalidade. Mas Deus nunca deixou eu me enveredar por este caminho e a minha formação cristã e doméstica me ajudou a voltar para os braços de Jesus.
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sexta-feira, 10 de março de 2017

Pastor Robenildo Lins, uma história de fé, em 4 capítulos

10.03.2017

Convido os irmãos a uma reflexão sobre as provações de Deus na vida do pastor Robenildo Lins. Sua história é um testemunho de fé que nos ajudará no nosso crescimento espiritual. Em menos de um ano, sua  vida e da sua  família, foi completamente mudada em um verdadeiro rebuliço, que parecia o fim, mas era um novo começo.

Pastor Robenildo foi chamado para uma grande obra, e Deus sabia que tudo que este servo do Senhor passou,  era uma preparação para o que está acontecendo hoje. A  história real de sua vida será dividida em quatro capítulos,  para facilitar a leitura.

Os textos narram os acontecimentos passados e recentes da vida dele.  E para melhorar a reflexão dos irmãos, será divulgado um capítulo por dia. Espero que esse testemunho de fé e de vida sirva para o fortalecimento dos irmãos no nosso Senhor Jesus Cristo.

Tânia Passos*

Capítulo 1

A importância do pastor Isaac nas nossas vidas


Pastor Isaac Martins foi meu principal referencial de fé.

      A lembrança que tenho do início da história da minha família vem do Engenho Maranguape, que hoje se chama Mutirão. Quando meu pai saiu da casa da minha avó paterna e trocou um veículo modelo Variant, que ele tinha, por uma casa em Maranguape II, na Rua 15. A gente morou lá um período e saiu de lá para Caetés III, em Abreu e Lima, quando a vila estava sendo formada. E, nesse período, que ele trocou a casa de Maranguape por essa em Caetés, ele estava desempregado e com quatro filhos. Mas foi lá em Caetés III, que começou a nossa vida espiritual. 


Pastor Isaac, ( primeiro à esquerda) na distribuição do sopão.
No final da década de 1980, nós fizemos uma decisão de aceitar Jesus, mesmo sendo descendentes  de família evangélica. Toda a família, meus pais e os quatro filhos, fizeram no mesmo dia a confissão de fé. Nós passamos a frequentar a antiga Igreja da Assembleia de Deus de Abreu e Lima, que era presidida na época pelo pastor Isaac Martins. 

Teve início então, uma trajetória de provas, mas também de vitórias espirituais. Foi um tempo difícil porque meu pai passou quatro anos e seis meses desempregado em uma época muito sofrida para toda a família e, em especial para o meu pai. Mas também foi uma época em que conhecemos a importância da ação social da igreja, que mudou nossas vidas.
Antigo templo-sede da Assembleia de Deus em Abreu e Lima
A igreja tinha um colégio chamado Neusa Rodrigues e o saudoso pastor Isaac fazia uma ação social em que entregava à comunidade e aos irmãos um sopão e eu fui um dos que foram buscar várias vezes o alimento para a nossa família. Nós fomos mantidos pela igreja por um bom tempo, tanto com ajuda de alimentos, mas também de roupas, que o pastor Isaac trazia do exterior e fazia as doações. 


Pastor  Isaac, um servo de Deus compromissado com a ação social da igreja.
O pastor Isaac fazia questão de usar a influência que ele tinha no exterior para conseguir doações de roupas, remédios e alimentos para ajudar as famílias mais necessitadas e a nossa família era  uma delas. (Ele trazia de fora e nunca levava nada daqui para fora e muito menos em benefício próprio) E é esse exemplo do pastor Isaac que queremos seguir, agora no Ministério Ebenézer. Quero oferecer para outras famílias o que eu já recebi um dia. A ação social da igreja é importante, na medida em que leva também o pão da vida, que é a Palavra de Deus. 

O sentido da transformação interior só ocorre com ajuda do Espírito Santo. Eu sou fruto do trabalho social da igreja e vejo hoje que muitas igrejas podem fazer mais e não fazem, isso entristece e eu quero fazer como gratidão a Deus.O pastor Isaac Martins é um referencial não só para mim, mas para toda a família assembleiana de Abreu e Lima, da qual, com muita alegria,  fiz parte até  o dia  em que Deus me chamou para continuar fazendo Sua Obra na Assembleia de Deus Ebenézer.

*Tânia Passos é jornalista e membro da Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco.
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quarta-feira, 8 de março de 2017

No Dia Internacional da Mulher, um poema de elogio à mulher

08.03.2017
Do blog POESIA EVANGÉLICA, 07.03.07
Por Israel Belo de Azevedo*


Elogio à mulher

(João 20)


O teu olhar para dentro da noite
é o olhar de quem busca a vida
e não teme o sepulcro.
A tua lágrima que salta de dentro
é a lágrima de quem perdeu
toda a luz que da alegria nasce.
A tua visão de dois anjos na noite
é a visão de quem enxerga o mistério
e ouve a sua voz em meio ao silêncio triste.
Soluça, mulher, maria , madalena,
que no fundo dos teus olhos
dois anjos proclamarão a manhã.
Chora, mulher, maria, madalena,
que nos intervalos dos teus soluços
ouvirás a palavra de quem procuras.
Mulher, reclama o corpo que roubaram.
Ladrões, para onde o levaram?
Mulher, de quem é esta voz que te olha?
De quem é este olhar que te chama?
Olha, mulher, e vê que é rosto do homem que querias morto.
E agora tu o chamas pelo nome das flores.
E agora tu o vês pela imagem das águas
antes que ele Deus todo seja
e marche para o azul ao encontro deste Pai
que se fez filho conosco
e se deixou enterrar nas horas das pedras
Tu o viste, não entre a reclusão das lápides,
nem a respirar a quietude dos troncos tombados,
mas a caminhar por entre as pétalas,
a ouvir o teu lamento sem luz.
Tu o viste, não a anunciar a vitória da noite,
nem a chorar a dor por quem partiu para sempre,
Mas a proclamar o sorriso suave
dos teus lábios,
tu que sorriste com ele
na mais feliz de todas as madrugadas:
quando a rocha se fendeu
e ele pôde enxugar da fronte o orvalho que anunciava a sua ressurreição.



*Israel Belo de Azevedoin http://www.prazerdapalavra.com.


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Fonte:http://poesiaevanglica.blogspot.com.br/2009/03/3-poemas-para-o-dia-internacional-da.html

REFORMA PROTESTANTE: Pentecostalismo e protestantismo

08.03.2017
Do portal CPAD NEWS, 31.10.16
Por  Valmir Nascimento, Ministro Evangélico Assembleiano*

Valmir NascimentoEm tempos de comemoração do aniversário da Reforma Protestante, que neste ano completa 499 anos, é comum reacender a discussão a respeito de quem faz parte da tradição protestante dentre os grupos do segmento evangélico. É uma espécie de análise do divino direito hereditário ao movimento reformista do início do Século XVI, conduzido em regra por certo elitismo teológico que insiste em monopolizar um evento que combatia esse tipo de postura.
Nesta mesma época do ano passado chamei a atenção para a complexidade e heterogeneidade do movimento reformador, com implicações eclesiásticas, morais, políticas e econômicas. Em seu cerne estava o protesto contra a corrupção religiosa e a venda de indulgências pela igreja, assim como a defesa de que cada cristão pudesse, por si só, ler e compreender as Escrituras. A Reforma combateu, entre outras coisas, a autoridade central e o monopólio clerical como fonte única e oficial de interpretação da Bíblia.
É interessante que ainda hoje aqueles que afirmam possuir a legitimidade para falar em nome da Reforma contrariem esse pressuposto protestante, tentando excluir outros segmentos cristãos que não seguem algum ponto da doutrina que professam, indo além dos cinco solas característicos do protestantismo: Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus); Sola Fide (Somente a Fé); Sola Gratia (Somente a Graça); Sola Christus (Somente Cristo); Sola Scriptura (Somente as Escrituras).
Nesse sentido, há quem exclua o pentecostalismo da grande tradição protestante, ao argumento de que o movimento carismático não se enquadra nas bases doutrinas das igrejas históricas. 
Antes de abordar esse aspecto, devo dizer o óbvio ululante, especialmente aos jovens reformados que parecem acreditar nisso: o cristianismo não foi iniciado com a Reforma Protestante! Embora a Reforma tenha sua relevância para a história em geral e para o cristianismo em particular, representando uma correção de percurso na igreja cristã, com significativa contribuição para os avivamentos espirituais que se seguiram, o movimento não pode ser idealizado como a síntese delimitadora da fé cristã. 
Em outras palavras, a Reforma Protestante deve ser estudada, valorizada e considerada historicamente, mas jamais idolatrada. A Bíblia é a chave de interpretação da Reforma, e não o contrário. A Reforma é uma das provas da ação de Deus na história, mas Deus não se limita aos próprios eventos históricos. 
Ainda assim, a tentativa de apropriação desse evento por parte da cristandade deve ser rechaçada. Tal se dá, como escreveu o amigo César Moisés Carvalho, embora falando sobre outra perspectiva, “porque somos cristãos e não há motivo algum para descrer em doutrinas basilares que não são propriedade de nenhuma das expressões do cristianismo, ou seja, não são católicas, evangélicas, ou pentecostais, mas simplesmente cristãs” (1).
Em sua obra “Revolução Protestante” o teólogo anglicano Alister McGrath observa que a fase emergente da Reforma foi sacudida por intensos debates teológicos e divergências marcantes. A respeito da salvação, justificação e predestinação, McGrath diz que, apesar dos embates históricos entre luteranismo, calvinismo e arminianismo, “todas as três permanecem opções relevantes para o protestantismo atual e a passagem do tempo não corroeu a credibilidade de nenhuma delas nem as tensões que geraram no movimento protestante mais amplo. Todas elas afirmam os temas centrais da Bíblia – embora de diferentes formas e com resultado diferentes” (2). Por esse motivo, o teólogo inglês sustenta que o protestantismo pertence à categoria abrangente do escritor C. S. Lewis de “cristianismo puro e simples”, no fato de que compartilha as crenças essenciais do cristianismo como um todo. 
Diante disso, não há como negar a identificação do pentecostalismo com os postulados da Reforma Protestante. No livro já citado McGrath escreve um poderoso capítulo intitulado “Línguas de Fogo: A revolução pentecostal do protestantismo”, no qual enfatiza a vinculação do pentecostalismo com a teologia protestante, ainda que possua distintivos marcantes na ênfase doutrinal e nos padrões de adoração. 
De acordo com o autor, o pentecostalismo emergiu historicamente da tradição de santidade norte-americana e enfatiza o lugar da Bíblia na vida e tradição cristãs. De forma mais contundente McGrath escreve:
“O pentecostalismo deve ser entendido como parte do processo protestante de reflexão, reconsideração e regeneração. Ele não é consequência de uma “nova Reforma”, mas o resultado legítimo do programa contínuo que caracteriza e define o protestantismo desde o seu início. O pentecostalismo, como a maioria dos outros movimentos do protestantismo, fundamenta-se no que aconteceu antes. Seu igualitarismo espiritual é claramente a redescoberta e reafirmação da doutrina protestante clássica do “sacerdócio de todo os crentes”. Sua ênfase na importância da experiência e na necessidade de transformação remonta ao pietismo anterior, em especial, como desenvolvimento na tradição da santidade. Contudo, o pentecostalismo uniu e casou essas percepções em sua própria percepção distintiva da vida cristã e de como Deus é encontrado e anunciado. Ele oferece um novo paradigma marginal e levemente excêntrico pelos crentes da corrente principal; cem anos depois, o pentecostalismo cada vez mais, passa, ele mesmo, a definir e a determinar essa mesma corrente principal”(3).
O pentecostalismo, portanto, longe de contrariar o protestantismo, deu-lhe vigor e dinamismo, por meio do seu programa evangelístico e missionário, aliado à ênfase no Espírito Santo para exaltar e testemunhar o senhorio de Cristo. 
Mas não somente isso, a herança teológica pentecostal é distintamente relevante para reacender o ideal protestante do sacerdócio universal, na medida em que realça o valor da experiência e a convicção de que as narrativas de Atos-Lucas possuem valor normativo para a igreja cristã. Como escreveu Robert Menzies: “As históricas de Atos são as nossas histórias, e as lemos com expectativa e ânsia. História de poder do Espírito Santo, que capacita os discípulos comuns a fazer coisas extraordinárias para Deus” (4).
Referências

1. CARVALHO, César Moisés. Revelação, experiência e teologia. Revista Obreiro Aprovado, n. 75. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 32.
2. MCGRATH, Alister. Revolução protestante. Brasília: Editora Palavra, 2012, p. 266.
3. MCGRATH, Alister, 2012, p. 428.
3. MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa história é nossa história. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, posição 305.
*Valmir Nascimento é ministro do evangelho, jurista, teólogo e mestrando em teologia. Possui pós-graduação em Direito e antropologia da religião. Professor universitário de Direito religioso, Ética e Teologia. Editor da Revista acadêmica Enfoque Teológico (FEICS). Membro e Diretor de Assuntos Acadêmicos da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). Analista Jurídico da Justiça Eleitoral. Escritor e palestrante. Comentarista de Lições Bíblicas de Jovens da CPAD (Jesus e o seu Tempo). Evangelista da Assembleia de Deus em Cuiabá/MT.
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Fonte:http://www.cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/enfoque-cristao/125/pentecostalismo-e-protestantismo.html

domingo, 5 de março de 2017

"QUANTO VALE UM AMIGO? QUAL O VALOR DE UMA AMIZADE?"

05.03.2017
Postado por Pr. Robenildo Lins

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Será que se não tivesse um valor inestimavel, existiria diversas frases/musicas sobre amizade espalhadas pelo mundo.. Tenho certeza que se não valesse tanto assim, não existiriam frases como "quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro", "Amigo é coisa para se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração", "Amigos são como anjos sem asas, abençoando nossas vidas com as mais preciosas coisas", "Amigos são luzes que iluminam o nosso caminho quando tudo parece sem saída, levantando nosso ânimo e nos encorajando a seguir em frente"... e por ai vai..

Mas ai vem a duvida, será que o que vc sente/pensa sobre a pessoa, é o mesmo que a pessoa esta sentindo por você?? o que irá adiantar guardar um amigo tanto assim, se ele mesmo não tem esse mesmo consentimento por você...

Resultado de imagem para valor de uma amizade sinceraTenho certeza que você ficaria em dúvida se deveria continuar com a amizade com ela, se esforçar pra ajudar, etc... e é aí que te pergunto... "QUAL O VALOR DE SER UM AMIGO DE ALGUEM????"

Para Deus, foi permitir que Seu filho morresse pelo que Ele tinha criado (eu, você..).. Para Jesus, foi se escolher para doar sua vida por nós, se entregar e acabar sofrendo em amor, para salvar nossas vidas.. e para você, qual o valor de ser amigo de alguem??

Pra mim hoje, ser amigo de alguem é algo muito grandioso, alegre, realizador, que me traz paz e felicidade... Uma simples comparação, é como os pais verem seus filhos(as) tendo um filho e se tornando avós; é como ver seu time vencendo uma competição, um torneio nacional, uma copa do mundo... Você recebe o prêmio e fica feliz por isso, entretanto esse prêmio não te pertence, pois é de outra pessoa... 

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E como na vida não é um mar de rosas, até podemos desejar acabar com uma amizade, e novamente Jesus nos ensina uma outra lição...

A angústia que Jesus estava sofrendo para ser nosso amigo era tremenda, tanto é que podemos ver que Ele suplicou a Deus.. 

Mateus 26: 38-39 > "(38) Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. (39) E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres."

E se não bastasse Ele ter feito isso uma vez, repetiu novamente depois de 1 hora..

Mateus 26: 40;42 > "(40)E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?
...
(42)E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade."

E friso aqui.. "TODAVIA, NÃO SEJA COMO EU QUERO, MAS COMO TU QUERES", "FAÇA-SE A TUA VONTADE"


Por isso, em qualquer decisão que você for tomar, seja ela em qualquer área da sua vida.. ore pedindo sabedoria a Deus e que Ele faça a vontade dEle e não a nossa.. pois um momento de crise em uma amizade ou qualquer outra situação, é um momento de muito sofrimento, de dor, mas que se bem vivio pode levar a um amadurecimento profundo, pois há um princípio fundamental em qualquer amizade ou situação: ela nos deve fazer crescer...
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